MANAUS – O ex-prefeito e deputado estadual Serafim Corrêa (PSB) desmentiu, na manhã deste sábado, 23, informações de bastidores dos últimos dias de que ele desistiria da candidatura a prefeito de Manaus nas eleições deste ano. Na convenção que o partido realizou em um clube do conjunto Vieiralves, na zona centro-sul da capital, Serafim mostrou otimismo, ao lado da candidata a vice-prefeita Cristiane Balieiro, do mesmo partido.
“Acho que esse momento [a convenção] repele esses boatos. A nossa candidatura é uma decisão local e nacional: foi de baixo pra cima e de cima pra baixo. Então, vamos prosseguir, temos uma proposta que está sendo finalizado e que foi colhida da sociedade. Uma proposta que veio lá de baixo, ouvindo as questões que tocam mais profundamente na população”, disse o ex-prefeito.
Serafim destacou duas questões que ele pretende transformar em programa de governo caso vença a disputa: a distribuição de tablets para todos os alunos da rede municipal e a realização de exames de vista também para os 120 mil estudantes da rede e a concessão de óculos para aqueles que precisarem. Sobre os tablets, ele disse que custaria R$ 40 mil, valor caberia perfeitamente no orçamento da Semed, que é de R$ 1 bilhão atualmente. A cada ano, segundo ele, o aluno terá “embarcado no tablet todo o conteúdo e o programa daquele ano”.
A respeito dos exames de vista, ele contou a história de uma criança que a mãe descobriu dois anos depois de ela apresentar dificuldade de aprendizado que o problema era na visão. “A criança não enxergava e tinha dificuldade de aprender. Nós vamos proporcionar os exames e quem tiver deficiência vai receber os óculos para a correção de sua visão”, disse.
Questionado se a proposta de dar tablets e óculos não se confundem com as velhas práticas políticas de dar ao eleitor dentaduras e óculos, Serafim deu a seguinte resposta: “Não, porque aquelas ali eram em troca de votos. Essas estamos dando para quem sequer vota, e mudando a vida delas. Essa é uma política pública, clara, objetiva e não estamos pedindo voto de ninguém. Estamos dizendo que o caminho para solucionar o problema é esse que estamos propondo”.
Nova política
Na campanha eleitoral de 2014, o PSB que tinha como candidato Marcelo Ramos, o discurso do partido é o da nova política. Nesta campanha, o partido abandona esse discurso, mas Serafim diz que o novo não significa idade. “Eu não diria nova política, porque o novo não significa idade, significa ideias. Há novos que são muito atrasados, estão no século passado”.
Sobre a decisão de disputar sozinho as eleições tanto majoritárias quanto proporcionais, Serafim disse que o partido quis ficar “livre, leve e solto” para fazer as propostas que pensa serem melhores para Manaus. “Democracia é isso. Cada partido é chamado a cada quatro anos é chamado a oferecer à sociedade propostas. E escolhe quadros para representar e defender essas propostas. Saberá a população escolher, dentre os diversos candidatos aquele que ela acha mais capacitado para implantar as propostas que considera melhor”.
Rejeição no passado
Serafim Corrêa, que foi rejeitado nas urnas em 2008, depois de quatro anos de mandato na Prefeitura de Manaus, disse que tem muita tranquilidade em relação ao trabalho de convencer o eleitor a acreditar mais uma vez na capacidade dele de gerir o município. “Eu sou uma pessoa em paz com a vida, consciente do dever cumprido e, uma coisa interessante… Hoje, oito anos depois, as pessoas me encontram e dizem: agora que eu entendi a questão da água; agora que eu entendi o plano de cargos, carreiras e salários da saúde e da educação; agora que eu entendi que a domingueira era uma coisa boa. Volta, Sarafa! Então, esse grito ecoou muito forte”, disse.
O ex-prefeito diz que anda muito pelos bairros de Manaus, conversando com as pessoas, e que houve críticas e sugestões, “mas em momento algum ouvi falta de respeito. Sempre respeito. A pessoa pode até não concordar comigo, mas ela tem respeito por mim e eu tenho respeito por ela”.
Sobre a rejeição nas urnas, Serafim diz que é a vontade do povo e que a respeita. “Eu já disputei cinco eleições de prefeito. Em três eu fui ao segundo turno. Em uma ganhei e em duas perdi. Isso é a vontade do povo e, na democracia, a vontade do povo é o que tem de mais importante”.
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