Por Henderson Martins, da Redação
MANAUS – Com mais de 21 mil filiados no Amazonas, o PCdoB é o partido com maior número de associados no Estado, mas a quantidade pouco influencia a favor de seus candidatos, avaliam analistas políticos. É que a filiação partidária nem sempre resulta em militância.
Dos partidos que disputam a eleição suplementar no Estado com candidato próprio, o PT lidera em filiados com 17.824. O sociólogo Marcelo Seráfico, professor do Programa do Departamento de Ciência Social e Pós-graduação de Sociologia da UEA (Universidade do Estado do Amazonas), o número de filiados, por si só, não é um indicativo de engajamento dessas pessoas na vida partidárias. “Em algumas situações, os filiados pouco participam das atividades dos partidos, dos seminários, dos congressos e do processo de formação política”, disse.
Conforme o sociólogo, se os filiados se engajam do processo eleitoral, se militam e passam a adotar uma atitude ativa do convencimento do restante dos cidadão em relação a qualidade do candidato que o partido está apresentado ao cargo de governador do Estado, poderá ter um efeito positivo.
O antropólogo e coordenador do Núcleo de Ciência Política da Ufam (Universidade Federal do Amazonas), Ademir Ramos, diz que os partidos políticos se fortalecem quando aumenta a marca de filiação. Mas, segundo o professor, a filiação tem que passar por um processo de formação que, muitas das vezes, não havendo esse processo de formação ideológica do partido, não vincula o eleitor a determinado candidato. “De qualquer maneira, é um dado significativo de filiados, mas não podemos vincular diretamente a quantidade de votos nas urnas”, disse.
Para que o número de filiados se transforme em um percentual significativo de votos, Ramos diz que o quantitativo transformado em militantes poderá haver uma repercussão positiva nas urnas. Conforme Ademir Ramos, quem tiver uma militância forte, poderá mostrar um grande desempenho.
‘Esquizofrenia’ política
O quadro esquizofrênico formado por candidatos que pretendem disputar a vaga de governador do Amazonas deve ter um grande impacto na orientação dos eleitores filiados das legendas. A aliança entre políticos que disputaram eleições anteriores como opositores e agora são aliados. Marcelo Seráfico cita a candidatura do senador Eduardo Braga (PMDB) que tem como vice o ex-deputado estadual Marcelo Ramos (PR). Nas eleições municipais do ano passado, Ramos foi um forte opositor do pemedebista.
Essa situação tende a confundir a mente dos militantes. “Quando se fala que Ramos, em outros períodos, foi oposição ao do deputado federal Alfredo Nascimento (PR) e hoje integra o partido, todos unidos ao PCdoB, que vem fazendo duras críticas ao PMDB de Braga por conta do cenário de crise política Nacional que motivou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), isso é confuso para o eleitor pouco esclarecido. “O cálculo político está a quem de um problema ideológico e se limita a processos eleitorais”, disse Seráfico.
Partidos Número de eleitores %
1º PCdoB 21.001 9,118%
2º PSC 19.124 8,303%
3º PT 17.824 7,339%
4º PMDB 14.912 6,474%
5º PP 13.363 5,802%
6º PSDB 12.694 5,511%
7º DEM 11.535 5,008%
8º PR 11.549 5.004%
9º PTB 11.366 5,435%
10º PDT 7.314 3,176%
11º PPS 6.764 2,937%
12º PSB 6.323 2,745%
13º PHS 4.345 1,886%
14º PPL 857 0,372%
15º Rede 321 0,139%