Por Henderson Martins e Cleber Oliveira, da Redação
MANAUS – Líderes políticos que representam o grupo que governa o Amazonas há 35 anos, Amazonino Mendes (PDT) e Eduardo Braga (PMDB), candidatos no segundo turno da eleição suplementar ao governo do Estado, geraram uma situação incômoda para os adversários: ter, ou não, o apoio de oponentes que os criticam por personificarem justamente um continuísmo partidário, mas não projetos duradouros e eficazes de desenvolvimento econômico e social.
Publicamente, candidatos derrotados no primeiro turno transferem para o eleitor a responsabilidade de decidir pela escolha no segundo turno. É uma estratégia comum. Desta forma, evitam o desgaste com o eleitor para garantir base eleitoral na próxima eleição.
Rebecca Garcia (PP), terceira colocada no primeiro turno, adotou o modelo padrão. Ex-aliada de Eduardo Braga, concorreu ao governo do Estado contra o senador em uma aliança com o Podemos e declarou que não apoiará nenhum dos dois no pleito do dia 27 deste mês. Rebecca já foi vice de Braga na eleição de 2014 ao governo do Estado.
Aliado da candidata, o governador interino do Amazonas, David Almeida (PSD), ainda não anunciou seu posicionamento no segundo turno. Almeida é do mesmo partido do senador Omar Aziz, que apoia Amazonino Mendes na coligação que reúne ainda o PSDB, o PRB e o DEM. O governador interino declarou apoio a eventual candidatura do prefeito de São Paulo, João Doria, à Presidência da República. Doria é do PSDB, do prefeito de Manaus Arthur Neto, do qual Almeida é adversário no Amazonas.
O líder de David Almeida na ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), Sabá Reis (PR), é do partido do vice de Braga, Marcelo Ramos, e apoiará Braga no segundo turno. Outros tres deputados estaduais –Ricardo Nicolau (PSD), Francisco Souza (PTN) e Platiny Soares (DEM) – também decidiram apoiar o senador. Almeida fica, assim, em um dilema: apoiar Braga ou manter a incoerência no apoio ao tucano João Doria.
Candidato derrotado no primeiro turno, o vereador Marcelo Serafim (PSB) também deixou para os eleitores a liberdade de escolha no segundo turno. “No quadro que ficamos, entendemos que não devemos nos posicionar nesse segundo turno e deixaremos essa decisão nas mãos soberanas de quem tem o poder final nessas eleições: o eleitor”, disse, em nota.
Liliane Araújo (PPS), que depende de julgamento de recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) para validar seus votos, ainda não se decidiu. O também vereador Wilker Barreto (PHS) ainda não anunciou sua preferência no segundo turno.
Forças políticas
Para o especialista em direito constitucional Elso do Carmo, apoiar um candidato no segundo turno, mesmo após ter levantado um movimento de duras críticas contra os opositores no primeiro turno da eleição suplementar para a escolha do novo governador do Amazonas, significa uma salvação política, mesmo que perca a coerência no discurso. “Em outubro do ano que vem temos novas eleições. Neste pleito suplementar de segundo turno, temos dois grupos políticos fortes e não se pode desprezar a força de voto que tem os dois candidatos”, analisa.
O sociólogo e advogado Carlos Santiago diz que o eleitor manteve a preferência pelo grupo político dominante. “Vai ser muito difícil mudar essa lógica porque a grande mudança será romper com esta tradição do nosso eleitor, uma missão e um desafio das novas mentalidades”, disse.
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Enqunto isso a politica podre e oligarquicas, mantem o poder sobre uma população envelhecida e carcomida.
A junventude foi engolida pelo fenomeno das redes sociais, pouco ou nada fez para uma mudança no rumo da politica no estado. Não há mais na educação o ensino da Moral e Civica, hoje a população se tornou um mero coadjuvante. Ainda não acordou, ainda não entendeu que o voto, é o maior poder que ela têm nas mãos. Eu anularei o meu voto, não darei mais o credito de usarem o meu voto, para roubar, corromper, enriquecers… É nesserario romper com esse grupo, que apesar de estarem em lados oposto, são mais do mesmo… Acorda povo do Amazonas.