O ex-governador e candidato ao Senado nega que tenha participação na decisão co PT contra a candidatura de Praciano
MANAUS – O candidato ao Senado pela coligação “Fazendo Mais por Nossa Gente”, Omar Aziz (PSD), disse ao ATUAL, por sua assessoria de comunicação, que se tivesse força para interferir nas decisões do PT, o partido da presidente Dilma Rousseff estaria na coligação do governador José Melo (Pros). Ele negou que tenha movido qualquer coisa para tentar impedir a candidatura do deputado federal Francisco Praciano (PT) ao Senado e afirmou que a tentativa de intervenção do PT nacional na decisão do PT estadual é mais uma das contradições internas do partido.
“O PT teve três secretarias e centenas de cargos no meu governo e eu não disse uma palavra quando eles decidiram apoiar outro candidato. Seu eu tivesse essa influência toda, o PT estaria na nossa coligação”, afirmou Omar. “Jamais iria interferir, até porque o PT é o maior partido do Brasil, é o partido da presidente da República. Isso mais parece uma jogada de marketing para tentar vitimizar o candidato. O Praciano ou qualquer pessoa do PT pode ser candidato ao Senado ou ao cargo que quiser”, afirmou Omar, segundo a assessoria dele.
Omar disse, ainda, que não ficou provado, até agora, que o PSD, partido que ele preside no Amazonas, tenha feito qualquer pleito junto à Executiva Nacional do PT para tentar barrar a candidatura de Praciano. Fontes do PT local afirmam que o presidente nacional do PSD entregou à direção nacional do PT um documento pedindo a retirada da candidatura de Praciano, o que foi feito através de uma resolução no dia 27, um dia depois de Praciano formalizar a candidatura dele em Manaus.
“Nem o PSD nem outro partido no Brasil tem força para decidir quem será candidato pelo PT. O PT tem um histórico de democracia interna e não aceitaria interferência de outro partido em suas decisões”, afirmou Omar.
O presidente do PSD amazonense afirmou que já ganhou e já perdeu eleição, mas nunca teve medo de enfrentar qualquer candidato. Não será diferente agora. “Se eu tiver força no PT, então que o partido atenda ao meu pedido e deixe o Praciano ser candidato ao Senado”.
O ATUAL apurou que na Executiva Nacional do PT grande parte dos dirigentes é contra a intervenção no PT do Amazonas. Por isso, nenhum dirigente veio ao Estado, mas apenas uma advogada do partido, que protocolou uma ação no Tribunal Regional Eleitoral, na última sexta-feira, pedindo que a Justiça Eleitoral rejeite o pedido de registro de candidatura de Praciano. Ela não conversou com a direção estadual do PT.
Na semana passada, Jorge Coelho, membro da Executiva Nacional, esteve no Amazonas e ouviu dos dirigentes do PT local que não abririam mão da candidatura de Praciano ao Senado. Diante dos argumentos, Coelho saiu da reunião dizendo que era a favor da candidatura, mas que a decisão era da Executiva Nacional.