Os trabalhadores rodoviários são obrigados, pelos donos das empresas de transporte coletivo, a dirigir veículos com pneus carecas, sem freio, colocando em risco a própria vida, dos passageiros e dos pedestres. A afirmação foi feita, nesta segunda-feira (27/11), pelo presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviários de Manaus (STTR), Givancir Oliveira, durante reunião com o diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito do Amazonas (Detran-AM), Vinícius Diniz, na sede do órgão.
“O motorista é obrigado a sair com o ônibus sem freio, correndo o risco de morrer, porque não pode se recusar senão é demitido, e quando bate o veiculo, tem que pagar pelo dano causado. Ele não pode sequer esperar pela perícia porque o ônibus está com o Licenciamento Anual em atraso”, afirmou o dirigente do Sindicato dos Rodoviários.
Mesmo lamentando que, por conta das ações do Detran-AM, que já retirou de circulação mais de 40 veículos, dezenas de trabalhadores estejam sem trabalhar, Givancir Oliveira defendeu a continuidade das fiscalizações e pediu que elas sejam estendidas também as transporte alternativo e executivo, onde, segundo ele, a maioria da frota roda irregular e os veículos estão sucateados.
FGTS e INSS – De acordo com o sindicalista, além de estarem com boa parte da frota irregular, muitas das empresas que operam no sistema, não recolhem FGTS e INSS dos trabalhadores.
O diretor-presidente do Detran-AM, Vinicius Diniz, garantiu ao líder do rodoviários que a intenção do órgãos com as fiscalizações é garantir que a lei seja cumprida por todos, e, principalmente, que o trânsito seja mais seguro, tanto para motoristas quanto para pedestres. Diniz assegurou aos rodoviários que o trabalho do Detran-AM vai continuar sendo feito e que as operações do órgão vêm sendo realizadas de forma genérica e pedagógica e que nenhum segmento deixará de ser fiscalizado. “Começamos com o transporte de carga, depois o transporte coletivo e na sequência vamos atuar junto ao transporte alternativo de passageiros e os executivos, de maneira permanente”, afirmou.
Riscos – Em relação aos riscos que os motoristas correm ao conduzir veículos em mau estado de conservação, Vinícius Diniz relatou ao dirigente dos rodoviários, que além dos pneus carecas e da falta de freio, em alguns ônibus o acento do motorista é solto, obrigando-o a dirigir com apenas um mão no volante para que com a outra possa se segurar na janela e evitar ser arremessado para fora do veiculo durante as curvas e freadas bruscas.
Na oportunidade, Vinicius Diniz pediu apoio ao vereador Jaildo dos Rodoviários (PC do B) que acompanhou a direção do Sindicato dos Rodoviários na reunião, que faça ingerência junto a Superintendência Municipal de Transporte Urbanos (SMTU), para que o órgão, atue de maneira mais efetiva, fiscalizando as empresas e exigindo que elas cumpram com a legislação vigente no País e com as regras previstas no contrato de concessão do serviço de transporte coletivo.