Da Redação
MANAUS – Os trabalhadores em transporte de passageiros de Manaus descumpriram decisão da juíza do Trabalho, Eliane Leite Correa, e paralisaram 100% da frota do transporte urbano de passageiros em Manaus na manhã desta terça-feira, 17. A juíza havia determinado a circulação dos ônibus e impôs multa de R$ 100 mil por dia de greve ao Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus. Eliane Leite atendeu pedido da Procuradoria Geral do Município (PGM).
O Processo no 0000067-26.2017.5.11.0005 foi analisado pela 5ª Vara do Trabalho de Manaus e de acordo com o procurador geral Marcos Cavalcanti, “ficou claro que a greve seria abusiva, ilegal e iria prejudicar a população manauara” Aproximadamente 500 mil passageiros foram afetados.
Givanci Oliveira, presidente do sindicato da categoria, disse que 1,4 mil ônibus deixaram de circular envolvendo 220 linhas. Os ônibus permaneceram nas garagens das empresas, que está sob a segurança de policiais militares. O sindicato reivindica o pagamento de 8% de reajuste salarial e adicional de insalubridade, já determinados pela Justiça do Trabalho. O Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Manaus) recorreu da decisão e o caso está sub judice.
Em sua página no Facebook, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), disse que não cederá à pressão dos rodoviários e classificou como “insensata e inconsequente” a atitude da categoria. “Não terá consequência nenhuma mesmo, porque não vai haver pressão. Não vou trabalhar sob pressão para colocar uma minoria acima de mais de dois milhões de manauaras. Falo isso com clareza e com firmeza”, disse o prefeito.
Arthur apelou para que motoristas e cobradores voltem ao trabalho. “Fica o apelo, voltem ao trabalho. Fica a exigência, respeitem a Justiça do Trabalho, a legalidade e a população manauara. Temos que nos entender e sempre defendi o salário justo para os rodoviários, mas não é sob a pressão de uma greve que se vai chegar a uma aliança comigo ou se obter vantagens para a categoria”, disse.
Os microônibus do Transporte Alternativo e os mototaxistas, que têm circulação limitada às zonas norte e leste de Manaus, foram autorizados a seguirem viagem até o centro da cidade. A SMTU irá encaminhar um relatório para a PGM sobre a greve. O Sistema de transporte coletivo convencional opera 217 linhas e registra em torno de 800 mil passagens por dia.