Os últimos acontecimentos no campo político deixaram às escancaras um elenco de mudanças pelas quais o país há de passar, em busca de posturas encaminhadoras de reformas estruturais, capazes de permitir ao povo brasileiro sonhar com uma Nação civilizada.
Um ligeiro retrospecto, encontra a situação atual sendo fabricada desde 2006, quando as práticas de gestão implantadas com o Plano Real e continuadas no primeiro governo petista, produziram resultados bastante satisfatórios, indicando o caminho do progresso. Numa avaliação equivocada, o governo atribuiu o sucesso a um milagre seu. Abandonou os fundamentos da economia e disparou o botão do ufanismo: “Nunca antes na história deste país” etc. O excesso de confiança foi às alturas.
Esqueceu que confiança em excesso embriaga, produz irreparável cegueira, elimina a autocrítica e impede leitura eficaz de cenários e correção de rumos. É o caminho mais curto para o fracasso.
E, como sempre acontece, o fracasso veio acompanhado de desculpas e fabricação de inimigos inexistentes: “Foi a crise mundial”; “São as elites que não suportam ver o povo andando de avião”; “É a oposição” e outras besteiras do gênero, uma característica que a esquerda tem mostrado em todos lugares do mundo onde esteve no poder, com 100% de fracasso.
Desde lá o fracasso só fez progredir, exigindo agora, já com muito atraso, mudanças profundas. Mas por onde começar?
No Estado Democrático de Direito, as mudanças começam e são aperfeiçoadas pela política. Mas a classe política brasileira se foi auto degradando até chegar totalmente desacreditada na atualidade, quando mais se precisa dela.
Surgirá algum líder dentro dessa classe com princípios e práticas inovadoras? Difícil. No seio dela se nota um extraordinário atraso de percepção, que beira a alienação.
O conteúdo das campanhas para Prefeitos e Vereadores, em andamento em todo Brasil, mostra isso. O que se defende chega a ser desanimador. Continuam as mesmas promessas vazias, impossíveis de serem cumpridas e que tiveram participação nos acontecimentos que levaram Dilma ao Impeachment. Ninguém entendeu que o povo quer mudanças.
Enquanto isso no país com a maior carga tributária do mundo, para ficar apenas num criminoso exemplo, mais de 40 milhões de pessoas não têm acesso a água potável e mais de 50% da população não dispõem de esgoto sanitário. Um absurdo!
Tudo continua como dantes. No mundo que sofre mudanças a velocidades inimagináveis, os jovens seriam a esperança. Chegam a falar em renovação, o que parecem confundir com idade, pois, de Norte a Sul, no discurso, assombrosamente, assemelham-se aos velhos caciques. Sem tirar nem pôr.
Diante desse quadro, não existe mais dúvidas por onde começar as mudanças: uma profunda reforma de mentalidade.
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