O senador Eduardo Braga complementou a resposta e fez apelo à imprensa para que respeite a vida individual das pessoas
MANAUS – Questionada sobre o episódio de 2012 que a tirou da disputa eleitoral à Prefeitura de Manaus, no último dia de prazo para a convenção partidária que homologaria o nome dela, e um possível uso político daqueles fatos na campanha eleitoral deste ano, já que ela estava se unindo com o senador Eduardo Braga (PMDB), que à época foi apontado como o responsável pela desistência da candidatura da deputada, Rebecca Garcia (PP) disse que prefere “esquecer o retrovisor” e olhar para o futuro. Ela disse que a internet pode ser usada para o bem ou para o mal e que muita gente pode querer usar o episódio para tentar prejudicar a chapa Eduardo-Rebecca, mas também disse acreditar que mesmo que tivesse mantido o propósito inicial de disputar uma candidatura ao Governo do Amazonas, estaria propensa a ataques.
O senador Eduardo Braga fez um apelo à imprensa para que não se deixe contaminar pelas baixarias na campanha eleitoral e disse que nunca falou sobre o episódio de 2012 em respeito a Rebecca. Ele chamou de “maldade perversa” a prática de pessoas que usam a internet para divulgar informações sobre a vida íntima das pessoas, de forma anônima, e pediu respeito às pessoas e às famílias na campanha eleitoral. “Essa baixaria e essa sacanagem, vamos deixar para quem não tem argumento e quem não tem proposta de governo”, afirmou.
Abaixo a pergunta feita pelo jornalista Valmir Lima, do ATUAL, as respostas de Rebecca e Braga, na íntegra.
A simples informação na imprensa e nos sites de notícias de que a senhora seria candidata a vice-governadora na chapa de Eduardo Braga, gerou uma reação, principalmente nas redes sociais, porque em 2012 a senhora desistiu de uma candidatura depois de uma conversa com o senador Eduardo Braga e a imprensa nacional, inclusive, chegou a tratar o episódio como chantagem. Vocês não tem medo que isso seja usado na campanha contra a chapa de vocês?
Rebecca Garcia – “Eu não consigo nem enxergar o por que usariam. Acho que 2012 foi um outro momento, agora, é óbvio que quem não está satisfeito com essa união vai utilizar um veículo que é a internet – que eu sou uma pessoa que adora usar a internet, mas acho que ela pode ser muito usada para o bem, mas também tem sido muito usada para o mal. Então faz parte do jogo do adversário utilizar esse veículo porque ele é democrático, ele não precisa colocar a digital para falar muitas vezes, então, você usa da maneira que quiser. Isso aí, com certeza vai ter. Mas se eu tivesse me lançando candidata [ao governo], provavelmente teriam alguns ataques, talvez de outra linha e de outra maneira. O que eu prefiro realmente ver é esquecer o retrovisor e daqui pra frente, [olhar] o futuro, porque eu tenho certeza que nem episódio de 2012 é relevante na frente das filas do Pan da Codajás.”
Eduardo Braga – “Deixa eu complementar o que a Rebecca está dizendo. Eu queria, inclusive, agradecer a sua pergunta, porque a sua pergunta me permite responder uma maldade perversa. E a maldade perversa é aquela que não tem cara, que não tem CPF, não tem identidade, que é apócrifo e covarde. Eu sou pai de três meninas: Brena, Bruna e Bianca. Minha filha mais velha é casada e as duas outras filhas não são casadas, e esposo da Sandra há 33 anos. Eu gostaria de pedir a toda a imprensa do Amazonas, seja a online, seja a off line que respeitem a vida individual das pessoas e tratem com respeito a relação pessoal das pessoas. Vamos debater as ideias políticas, mas vamos respeitar as pessoas. E mais: vamos respeitar as famílias. Eu nunca falei sobre esse episódio em respeito à Rebecca. Mas vamos deixar de baixaria e vamos tratar do que é sério: como nós vamos resolver o problema do desemprego daqueles que ainda não tiveram acesso ao emprego, como é que nós vamos acabar com a violência que todos e todas estão sujeitos nesse Estado e como é que vamos resolver as desigualdades econômicas e sociais. Essa baixaria e essa sacanagem, vamos deixar para quem não tem argumento e quem não tem proposta de governo.”
Leia o que a Revista Época publicou em 2012 sobre o episódio.