Inicio minha participação no site AMAZONAS ATUAL preenchendo uma imensa lacuna: a minha convicção ao fazê-lo e de que se trata de um canal ideologicamente posicionado.
Há algum tempo tenho pensado naqueles anos do Silêncio de Galileu, de 1633 a 1942, quando a Igreja Católica lhe penalizou a não se pronunciar durante o resto da sua vida, porque ele seguia as afirmações de Nicolau Copérnico, preceptor do heliocentrismo.
Como é sabido, a teoria Copernicana gerou uma intensa inquietação na superestrutura do Vaticano, mormente com apresentação de estudos aprofundados e as demonstrações científicas de Galileu.
Hoje, mais ou menos quatrocentos anos depois da Revolução Científica, o mundo segue seu curso com todo esplendor de conhecimento sob a orientação epistemológica Copérnico-Galileana.
Esse contexto antagonista do modelo de conhecimento ilustra bem os debates políticos eleitorais vivenciados no Brasil, tendo em vista o dilema a que os cidadãos são submetidos às propagandas políticas e bombardeados com tantos argumentos e apelos persuasivos.
Sem pretensão de ser simplista, mas tão somente didático, poder-se-ia estabelecer um paralelo entre o polêmico cenário em que se deu a Revolução Científica e essas circunstâncias de períodos eleitorais no Brasil. O leitor mais crítico poderá questionar que são coisas diferentes, mas a comparação só é possível com coisas diferentes, coisas iguais, se é que existam, não são comparáveis.
Não há dúvida quanto a complexidade dos processos de escolha de candidatos.
Nessas circunstâncias grassa uma pluralidade de argumentos e meios, lícitos ou não, para convencimentos e fidelização de eleitores, o que afinal justifica a máxima de que “os meios justificam os fins”.
Noutros países de regime democrático, constata-se diferentes níveis de organização do Estado, o que implica concluir que o problema não é do regime, mas, dos políticos. É verdade que, por excelência, a democracia é um regime de busca constante de aperfeiçoamento, ainda que no curso da História tenha avanços e retrocessos. Mas enquanto tal, pressupõe a garantia dos direitos sociais, na relação direta da eficácia do Estado, que por sua vez ganha concretude com os dirigentes políticos.
A instituição do Estado, tal como concebida pelos teóricos, somente se justifica para a garantia dos direitos sociais e individuais.