MANAUS – Tem razão o ex-secretário da Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) Gilberto Alves de Deus quando questiona os órgãos de controle sobre a velocidade com que põe prefeitos de municípios pobres na cadeia e não manda para a prisão nenhum dos responsáveis pelos desvios de recursos públicos que ele denunciou há dois anos.
O Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) do Ministério Público do Estado do Amazonas levou três meses do recebimento da denúncia à deflagração da Operação Cauxi, em Iranduba, que prendeu o então prefeito Xinaik Medeiros, em novembro de 2015. Até hoje o ex-gestor de Iranduba está preso.
Em maio de 2016, outro prefeito foi levado à prisão por desvio de dinheiro público. Mariolino Siqueira de Oliveira, de Santa Isabel do Rio Negro, e outros auxiliares dele na prefeitura foram acusados de desviar R$ 10 milhões do município durante três anos de mandato. A investigação também durou alguns meses.
Em janeiro de 2017, o Ministério Público do Estado e a Polícia Civil do Amazonas deflagraram a Operação Apagar das Luzes, que botou na cadeia o ex-prefeito do município de Careiro Hamilton Alves Vilar. As investigações que levaram à prisão do gestor por desvio de dinheiro público foram iniciadas seis meses antes da operação.
Nos casos denunciados por Gilberto de Deus, havia pagamento de obras não executadas, contratação de serviços não realizados e compra de projetos “montados”. O Ministério Público de Contas, ainda em 2015, pediu a suspensão de contratos suspeitos denunciados pelo ex-secretário que somavam R$ 194 milhões.
Dois anos se passaram e ninguém foi incomodado. É a desmoralização dos órgãos de controle.
PRA QUE SERVE MESMO ESSES ÓGÃOS DE DESCONTROLE?
CABIDE DE APADRINHADOS E POLÍTICOS EM FIM DE CARREIRA OU CONDENADOS.