MANAUS – No dia em que o vice-presidente da República, Michel Temer, presidente nacional do PMDB, desistiu de participar de evento em Portugal com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Gilmar Mendes, sinalizando uma trégua na guerra pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), disse, em Manaus, que o partido deve buscar “uma conciliação que permita que o PMDB não seja aquele que fratura a perna da democracia, mas sim aquele que fortalece a perna da democracia e constrói soluções para vencer o impasse”.
O encontro em Lisboa, que será realizado na próxima semana, é promovido por um instituto ligado ao ministro Gilmar Mendes, o IDP (Instituto Brasiliense de Direito Público), em parceria com na Universidade de Lisboa, e também tem na lista de participantes lideranças da oposição, como o presidente do PSDB, senador Aécio Neves e o senador José Serra (PSDB-SP).
Durante a entrega de geradores de energia elétrica para municípios do interior do Amazonas, Eduardo Braga disse que o partido está dividido e que existem três correntes dentro do PMDB em relação ao impeachment da presidetne Dilma: “uma que acha que não tem até o momento provas de crimes que possam sustentar o impeachment; uma que acha que o impeachment é político e não de matérias constitucionais e uma terceira que quer a busca de uma conciliação, de um entendimento, que possa representar uma proposta para sair da crise que o Brasil se encontra”.
O ministro defendeu o diálogo no partido para sair da crise, e disse que até o dia 29 (terça-feira), quando o partido vai decidir se permanece ou deixa o governo da presidente Dilma, os membros vão buscar o entendimento. “A intolerância não pode prevalecer neste país, o radicalismo não pode prevalecer neste país. Se nós formos para a intolerância e para o radicalismo extremo, o Brasil não resolverá e não superará seus problemas”, disse.
Segundo Braga, pela manhã, antes ir a evento em Manaus, ele conversou por telefone com o vice-presidente Michel Temer, com o ex-presidente José Sarney e com o presidente do Senado, Renan Calheiros, sobre “como podemos construir alternativas que representem uma conciliação com a nação”, disse.