Por Daisy Melo, da Redação
MANAUS – O deputado estadual José Ricardo Wendling (PT), os vereadores Marcelo Serafim (PSB) e Wilker Barreto (PHS), presidente da CMM (Câmara Municipal de Manaus), e o ex-deputado Marcelo Ramos (PR) são os primeiros candidatos para a nova eleição de governador do Estado do Amazonas definidos por seus partidos políticos. O primeiro turno da eleição está marcado para o dia 6 de agosto e as legendas têm até o dia 16 de junho para realizar as convenções partidárias.
No discurso dos candidatos já definidos há algo em comum: apresentam-se como opção do ‘novo’ em oposição ao ‘atraso’, em uma referência aos grupos que dominam a política no Estado. A exceção é Marcelo Ramos, que começa a adotar um discurso mais moderado em busca de alianças.
Com a cassação do governador José Melo (PROS) por compra de votos, o presidente da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas), David Almeida (PSD), ocupa interinamente o governo.
Ao mesmo tempo em que se apresentam como o ‘novo’, os candidatos repetem o discurso do ‘velho’. Generalizam sobre projetos concretos de governo e recorrem à retórica das promessas e à estratégia de desqualificar adversários.
Aposta do PT, José Ricardo alega que a motivação para concorrer ao cargo é o atual cenário político no Estado. O petista cita baixos índices sociais, problemas na educação, saúde e segurança, falta de investimentos no interior do Estado, e se apresenta como solução. Além disso, o deputado afirmou que as gestões dos últimos 35 anos não tiveram transparência e participação popular. “A proposta de ser governador é para romper com esse clico de atrasos, ouvindo mais a sociedade para enfrentarmos esses problemas e construirmos um novo modelos de desenvolvimento”, disse.
Inspiração francesa
Marcelo Serafim apresenta-se como uma opção jovem, exalta sua instrução educacional e se diz capaz de superar ‘forças políticas de atraso’. “O que vemos é uma tentativa de forçar uma polarização entre duas forças políticas do atraso. O Amazonas não merece isso. Chegou a hora da nova geração colocar a cabeça de fora e se oferecer como alternativa para a sociedade”, afirmou, sem fazer referência a nomes que representam esse atraso.
O vereador cita como exemplo o recém eleito presidente francês Emannuel Macron. “Chega de quererem nos fazer acreditar que o jovem não pode. Se fosse assim, a França não teria eleito um ‘garoto’ de 39 anos para presidir uma das maiores potências do mundo”, disse, destacando seu currículo, que inclui a aprovação em três concursos públicos e um mestrado.
Continuidade
Dos quatro candidatos, o presidente da CMM é o único a falar em continuidade e citou os números do PHS para justificar a participação do partido na disputa. “Deposito muita confiança na capacidade que tenho de gerenciar, dar continuidade aos serviços públicos que a população necessita. Acredito que o PHS tem condições de participar do processo eleitoral devido aos números que apresenta”, disse Wilker Barreto, que é aliado político do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB).
O vereador comentou que o PHS tem a maioria na CMM e está presente em 45 dos 62 municípios do Estado. O partido obteve 138 mil votos nas eleições de 2016. “Um partido político que não participa das discussões da sua cidade, do seu Estado e do seu País, perde o objeto. Então, por isso, o PHS coloca meu nome à disposição para essa sucessão”, disse.
Busca de aliança
O ex-deputado estadual Marcelo Ramos foi escolhido pelo PR, em encontro estadual do partido, neste sábado, 13, mas a candidatura dele depende dos aliados políticos que os dirigentes da sigla pretendem buscar para a formação de uma aliança.
Durante o encontro, Ramos disse que os interesses do Amazonas devem ficar acima das vaidades pessoais, do querer das lideranças partidárias. “Estamos conversando, dialogando diariamente com vários segmentos políticos e tenho absoluta certeza que vamos chegar a uma decisão que seja boa principalmente para o Amazonas”, afirmou.
Marcelo Ramos também sinaliza que o PR pode se aliar com um partido mais forte para disputar a eleição extraordinária para governador. “É o momento de unir experiência com renovação. Vamos construir uma candidatura absolutamente viável pra vencermos não só a eleição, mas também os problemas graves que o Amazonas enfrente na saúde, educação, segurança e principalmente na geração de emprego. É hora de renovação alicerçada com a experiência”, afirmou.