MANAUS – O Sinteam (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas) conseguiu, durante o ato público realizado na manhã desta quinta-feia, 30, agenda uma audiência com o governador José Melo (Pros) para o próximo dia 6 de maio. A proposta partiu do secretário da Seduc (Secretaria de Estado da Educação), Rossieli Soares, que recebeu um grupo de professores na sede do governo, no bairro Compensa, zona oeste de Manaus.
Apesar do encontro agendado, a conversa deve servir apenas para o governo tentar frear o movimento que luta por reajuste salarial. Na tarde desta quinta-feira, o secretário Rossieli Soares disse ao AMAZONAS ATUAL que não há como conceder o reajuste reivindicado pela categoria dos trabalhadores em educação, porque o governo já estourou o limite prudencial estabelecido na Lei de Responsabilidade Fiscal para gasto com pessoal.
As negociações do sindicato com o governo foram iniciadas no dia 25 de março, quando o governador José Melo remarcou uma audiência para a semana seguinte, quando seria apresentada uma contraproposta ao pedido dos professores. O encontro foi adiado por duas vezes e, na sexta-feira da semana passada, Melo anunciou que não seria possível conceder reajusta para nenhuma categoria de servidores públicos.
Rossieli disse que o argumento de que a Educação tem verba própria e que por isso seria possível o reajuste, é improcedente. “Mesmo com recursos próprios a Educação é alcançada pela Lei de Responsabilidade Fiscal do Poder Executivo. Essa, inclusive, é uma reivindicação dos secretários de tirar a educação do limite prudencial, e criar uma legislação própria, mas infelizmente o orçamento da educação não está desvinculado do orçamento do Estado”, disse. Segundo Rossieli, o governo só deve voltar a negociar reajuste salarial em setembro.
Objetivo atingido
Para o presidente do Sinteam, Marcus Libório, o objetivo da categoria com o ato público desta quinta-feira foi atingido, porque houve a abertura das negociações com o Estado. “Nosso objetivo foi atingido. Conseguimos reunir todos os movimentos que querem melhorias para os trabalhadores em educação. Demos nosso recado de que não vamos aceitar reajuste zero. Se o governador vai sair da mesa de negociação, ele precisa nos dizer, pois a partir daí vamos usar as ferramentas que nós temos também. Dependendo da conversa, nossa paralisação não é só na capital, mas em todo o estado”, disse Libório.
Cerca de 300 trabalhadores participaram da manifestação na frente do Palácio do Governo. Representantes de municípios da região metropolitana, estudantes, rodoviários e de outras categorias se somaram à reivindicação dos professores.
Solidariedade
Durante o ato, os manifestantes prestaram solidariedade aos professores do Paraná que foram agredidos ontem durante movimento grevista.
A presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB) no Amazonas, Isis Tavares, disse que os professores não vão admitir que a categoria fique sem reajuste. “A data base está no nosso Plano de Cargos, é lei ordinária e tem que ser cumprida”, disse ela, que também é professora. “Nem o TCE, que é o órgão que cuida das contas do Estado, reconhece crise. Tanto é que concedeu 20% de reajuste para seus funcionários. E olha que o salário deles não é pequeno. A educação de qualidade passa por salários dignos para o professor”, afirmou.