MANAUS – O procurador do Ministério Público de Contas, vinculado ao Tribunal de Contas do Estado do Amazonas (TCE), Carlos Alberto Almeida, disse nesta terça-feira, 4, à reportagem do ATUAL que vai pedir explicações ao secretário de Finanças do município de Manaus, Ulisses Tapajós, sobre o empréstimo que o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) pretende contrair junto ao Banco Mundial para pagar dívidas. A autorização para o município fazer o empréstimo foi aprovada nesta segunda-feira, 3, pela Câmara Municipal de Manaus, com votos contrários da oposição.
De acordo com o procurador, que se manifesta nas contas do prefeito de Manaus no TCE, “nenhum administrador ou contador sensato faz empréstimo para pagar dívidas, mas sim o parcelamento dessas dívidas”. Segundo ele, o mais comum é os entes federados contraírem empréstimos para realizar empreendimentos quando não há recursos suficientes para fazê-los. “Eu vou conversar com o secretário Ulisses Tapajós sobre os motivos desses empréstimo para esse fim”, afirmou.
Na justificativa do projeto de lei, o prefeito diz que herdou uma dívida de R$ 346,5 milhões e que em 2013 conseguiu abatê-la, mas ela ainda está em R$ 205,6 milhões. “Essa dívida foi constituída ao longo de várias gestões anteriores”,diz o documento.
Para abater a dívida, o prefeito pediu à Câmara Municipal autorização para financiamento de até 200 milhões de dólares (cerca de R$ 500 milhões). Para conseguir o recurso, o município de Manaus ainda precisa que o empréstimo seja aprovado pelo Tesouro Nacional e pelo Senado, porque a União atua como fiadora.
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