Da Redação
MANAUS – Um dos foragidos mais procurados pela Interpol, Carlos Eduardo Amaral Pinheiro, 45 anos, foi preso na manhã desta sexta-feira, 10, no porto de Parintins (a 363 quilômetros de Manaus). Ele é irmão do ex-prefeito de Coari, Adail Pinheiro, e tio do atual prefeito Adail Filho. Uma fonte da PF (Polícia Federal) no Amazonas informou que Amaral Pinheiro estava retornando da cidade paraense de Terra Santa. Os policiais federais já esperavam por ele.
Carlos Eduardo Amaral estava foragido desde 2015 quando foi condenado na Operação Vorax a 41 anos e quatro meses de prisão em regime fechado por envolvimento num esquema de fraudes de licitações e desvio de recursos públicos da prefeitura de Coari. Entre os 20 condenados está o ex-secretário de Administração de Coari, Adriano Teixeira Salan.
Carlos Eduardo é considerado um dos líderes do esquema de fraudes na prefeitura do município. Conforme o MPF (Ministério Público Federal), a organização criminosa desviou mais de R$ 20 milhões. Em nota, a PF relaciona os crimes atribuídos ao irmão de Adail. Confira na íntegra.
NOTA À IMPRENSA
MANAUS/AM - A Polícia Federal, através de sua representação da INTERPOL, prendeu em Parintins o foragido Carlos Eduardo do Amaral Pinheiro, um dos principais integrantes de uma organização criminosa incrustada no âmbito da administração pública municipal de COARI/AM pelo período de 2004 a 2008. Os fatos foram apurados no curso da operação Vorax da PF.
Carlos Eduardo foi condenado a mais de 40 anos de prisão pela Justiça Federal no Amazonas em razão de ter praticado as seguintes condutas:
1- Crimes contra a fé pública: na condição de integrante do núcleo da organização criminosa, exercia poder de mando, figurando, igualmente como autor intelectual dos diversos crimes engendrados pelo grupo. Em suas atividades, desempenhava, inclusive, o importante papel de arregimentar empresas interessadas em contratar com a Prefeitura de COARI/AM, a fim de se associarem às práticas delitivas do grupo criminoso. O procurado fomentava a falsificação de documentos com o fito de montar certames licitatórios, forjar dossiês para fiscalização da CGU e utilizá-los, posteriormente, para prestação de contas de verbas oriundas de convênios federais.
2- Crimes contra Licitações Públicas: CARLOS EDUARDO, valendo-se da posição privilegiada de irmão do ex-prefeito de COARI/AM, operava como um dos principais orquestradores das fraudes às licitações reiteradamente empreendidas pela Prefeitura do referido município.
3- Crimes de Responsabilidade: CARLOS EDUARDO desenvolveu relevante papel no esquema de compra de bens pela Prefeitura de Coari/AM, no qual empresas arregimentadas por ele para se associarem ao grupo forneciam seus dados e documentos para encobrir compras realizadas ilicitamente.
4- Crime de Lavagem de Dinheiro: o grupo se utilizava interpostas pessoas para camuflar a verdadeira propriedade dos repasses ilegais de recursos públicos, decorrentes da execução de contratos firmados por meio de licitações fraudulentas, que, por vezes, ainda continham margens significativas de sobrepreços; bem como dos recursos recebidos em função do claro desvio de verbas públicas, ante a execução insatisfatória do objeto contratado (superfaturamento).
5- Crime de Quadrilha: a forma como restaram consumados os crimes de falso, de fraude à licitação e de desvio de verbas públicas demonstra o sofisticado planejamento prévio da organização criminosa e sua estabilidade.
Desde sua condenação, em 2015, quando foi expedido o mandado de prisão, Carlos Eduardo estava foragido e integrava a lista dos dez mais procurados pela Interpol.
Comunicação Social/Polícia Federal/AM