Por Iram Alfaia, de Brasília
BRASÍLIA – O projeto do governo federal que prevê o desmonte da Infraero e a entrega à iniciativa privada da operação de praças altamente rentáveis como o Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, em Manaus, e o Brigadeiro Protásio de Oliveira, em Belém, provocaria um caos em outros aeródromos da região.
Segundo fontes da Infraero, os dois aeroportos, junto com Santos Dumont, Congonhas, Curitiba e Recife, considerados superavitários, contribuem para a manutenção dos demais aeródromos em todo o país por meio do subsídio cruzado.
Na região Norte estariam inviabilizados importantes aeroportos administrados pela empresa como o de Marabá (PA), Santarém (PA), Altamira (PA), Macapá (AP), Porto Velho (RO), Tabatinga (AM), Tefé (AM) e Rio Branco (AC).
O plano do governo é privatizar os campos mais rentáveis em seis blocos. O de Manaus seria arrematado com outros terminais do Norte: Belém, Maranhão e Amapá. Quem adquirisse o Santos Dumont, por exemplo, ficaria com outros aeroportos pequenos do Rio e Vitória (ES). O vencedor de Congonhas, levaria outros terminais em São Paulo e Mato Grosso.
Porém, muitos aeródromos pequenos ficariam de fora pela falta de interesse, sobretudo por parte do capital estrangeiro como o Chinês, país que está na mira do governo para fechar negócios.
Desmonte da Infraero
O plano do governo é fazer as privatizações sem a participação da Infraero, que teria parte de seus funcionários transferida para a Nav Brasil, empresa pública que está sendo criada para ser administrada pela Aeronáutica. A nova empresa ficaria responsável apenas pelo controle de voos.
Um comando dos funcionários da empresa quer que o governo desista do envio de Medida Provisória ao Congresso. Nesta quarta, 14, às 14h, eles estarão reunidos com o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, para discutir o assunto.
O aeroporto de Manaus, por conta do seu Terminal de Carga Aérea, é o único lucrativo da região norte.A matéria está correta, vende-lo significa acabar com os cuidados técnicos e operacionais com os demais aeroportos da região que operam vôos regulares.
Os Governadores do Acre, Rondônia, Roraima, Amazonas, Pará e Amapá precisam descer do muro e se posicionar contra mais essa aberração do Governo Federal.