MANAUS – O presidente do CRM (Conselho Regional de Medicina) do Amazonas, José Bernardes Sobrinho, disse, na manhã desta quarta-feira, 15, em entrevista à Rádio Tiradentes, que os médicos tem o apoio do conselho para paralisar o atendimento eletivo nos hospitais e pronto-socorros de Manaus. Segundo ele, a categoria está há três meses e meio sem receber o pagamento de salários.
“Chegou a um ponto, realmente, de intolerância total. Esse é o limite máximo que se pode aguentar: três meses e meio sem pagamento. Então, é uma situação que o conselho, embora preconize que não se deve fazer greve na saúde, porque é uma área de atuação muito importante, mas aí seja preservado somente o atendimento de urgência para que o doente não venha a correr risco de vida, e o atendimento eletivo seja paralisado”, disse.
Segundo Bernardes Sobrinho, os médicos estão em dificuldades financeiras, com atraso no pagamento de escolas dos filhos, prestação de apartamentos e carros. “O último pagamento feito neste mês foi referente ao mês julho. Temos agosto, setembro, outubro e metade do mês de novembro que não foi pago. Realmente é uma situação de intolerância total”, disse.
O presidente do CRM também disse que não são apenas os médicos que estão sofrendo com a falta de pagamento, mas todos os trabalhadores terceirizados. Segundo ele, nesta semana deixou de fazer uma cirurgia por falta de pessoal para auxiliá-lo.
Outro lado
A atual gestão da Secretaria de Estado de Saúde (Susam) informou que está, desde o primeiro dia em que assumiu a pasta, há pouco mais de um mês, negociando com todas as empresas de prestação de serviços, inclusive médicos. Lamenta que só agora o CRM se manifeste, levando em consideração que os atrasos chegam a até sete meses.
A secretaria informa, ainda, que, conforme acordado com todas as empresas de recursos humanos que atuam na saúde, os pagamentos já começaram a ser regularizados. Em um mês, foram pagos mais de R$ 40 milhões para as empresas de recursos humanos contratadas pela Secretaria de Saúde do Estado.