BRASÍLIA – O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, interrompeu agora há pouco a sessão no plenário para informar ter recebido um telefonema do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, anunciando a demissão do ministro da Educação, Cid Gomes. Na hora do comunicado de Cunha, houve alguns aplausos no plenário. Cid Gomes havia participado de tumultuada sessão para esclarecer declaração em que havia afirmado que havia “300 ou 400 achacadores” no Congresso. A sessão virou um bate-boca generalizado e o ministro foi chamado de palhaço.
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse a Gomes: o senhor nem parlamentar é para falar desse jeito e deu início à votação de um projeto que estende a política de reajuste do salário mínimo para os benefícios da previdência.
Entenda o caso
A sessão da Comissão Geral da Câmara dos Deputados desta tarde, com a presença do ministro da Educação, Cid Gomes, transformou-se em um intenso bate-boca. Sob esse “clima pesado”, correligionários do ex-governador do Ceará que acompanhavam a sessão foram retirados da galeria, a pedido do presidente da Casa, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Com isso, acompanham Cid no plenário o governador do Ceará, Camilo Santana, e os prefeitos de Fortaleza, Cláudio Roberto, e de Sobral, Veveu Arruda.
Cid, que sugeriu aos parlamentares governistas mudarem para a oposição e “largarem o osso”, agora ouve calado uma sequência de líderes partidários pedindo sua saída do ministério.
O ponto alto das discussões foi quando o ministro disse que preferia ser chamado de mal-educado do que, apontando ao presidente da Casa, de achacador. “Terei e sempre tive profundo respeito pelo Parlamento, mas isso não quer dizer que concorde com a postura de alguns, de vários, de muitos, mesmo estando no governo tendo uma postura de oportunismo”, acusou.
A maioria dos líderes subiu à tribuna pedindo a saída de Cid da pasta alegando que, ao dizer que há 400 achacadores na Câmara, ele perdeu a condição de permanecer no cargo.
O líder do PSC, André Moura (SE), lembrou que quando foi governador, Cid levou a sogra para viajar à Europa em jato fretado pelo governo cearense, que pagou R$ 650 mil em um show para inauguração de um hospital em Sobral, sua terra natal, e o chamou de “achacador do Estado do Ceará”. “Vi que Vossa Excelência é fã de Ivete Sangalo”, ironizou Moura. “O senhor me respeite”, esbravejou Cid. Coube ao líder do PROS, Domingos Neto (CE), sair em defesa do ministro.
(Estadão Conteúdo/ATUAL)