MANAUS – A Prefeitura de Manaus vai começar um trabalho de “resgate” social e econômico da Feira do Coroado, na zona Leste, buscando recuperar a credibilidade do espaço junto à população e atrair a clientela de volta ao local – hoje com problemas estruturais e pouca visitação. A ideia é promover um trabalho de capacitação profissional similar ao que foi feito com os camelôs da cidade, que deixaram a condição de vendedores ambulantes e passaram por cursos de qualificação, tornando-se microempreendedores.
O pontapé da iniciativa foi dado esta semana, em reunião realizada entre os permissionários da feira, o secretário municipal do Trabalho, Empreendedorismo, Abastecimento, Mercados e Feiras, David Reis, e a diretora-geral da Escola de Serviço Público Municipal e Inclusão Socioeducacional (Espi), Luiza Bessa Rebelo. De acordo com David Reis, a iniciativa partiu dos próprios feirantes, que têm interesse não apenas nas melhorias físicas do local, mas já sentem a necessidade de atualizar as rotinas de trabalho para atrair o interesse da população pelo espaço.
“Há dez dias, recebi um convite para estar aqui para ouvi-los. Atendi o chamado e hoje nós pontuamos algumas coisas importantes. Entre elas, o resgate da credibilidade da feira, uma mola fundamental para que ela recupere a vida econômica e o fluxo de clientes que chegou a ter”, explica o secretário, que reconhece, hoje, a precariedade econômica do espaço. Para isso, David convidou a Espi para participar do encontro e fazer um diagnóstico das necessidades dos feirantes.
“A presença da Escola é justamente para que a gente dê esse passo inicial com a qualificação dos permissionários, para resgatar a autoestima do trabalho e resgatar os clientes que, por algum motivo, não estão mais frequentando a Feira do Coroado”, avalia. Para ele, a feira, quando recuperada física e economicamente, passará a voltar a atender a população do entorno, como os bairros do Coroado 1, 2 e 3, além do Ouro verde e Loteamento Carijó.
Realidade do local
Em conversa com os feirantes, a diretora-geral da Espi, Luiza Bessa Rebelo, explicou que será realizado um levantamento das necessidades do local e dos próprios feirantes para que seja criado um plano de capacitação. “Nós sempre trabalhamos em cima das necessidades. Foi assim na Feira do Parque Dez, no Adolfo Lisboa e com os permissionários do Tupé. Sempre atentamos às características do local, público-alvo, e a partir daí, montamos uma programação”, explica Luiza.
Ela adianta, contudo, que já é possível identificar pontos urgentes, como a realização de cursos de atendimento ao cliente. “Certamente, nós começaremos com atendimento ao cliente. Identificamos a necessidade de reestruturação que passa justamente por isso. Os feirantes precisam entender que é importante mudar essa visão de como organizar a feira e isso se faz com capacitação. A população é mais exigente com produtos, com limpeza. É preciso oferecer produtos atrativos para o cliente”, diz.
Além de todo o trabalho de capacitação, a Prefeitura quer diversificar os serviços da Feira do Coroado, o que deve incluir, por exemplo, a participação de entidades ligadas aos artesãos de Manaus, como forma de aumentar o fluxo de visitação com turistas nacionais e estrangeiros. Os feirantes que participaram do encontro aprovaram a ideia. Adail de Souza, representante dos 120 permissionários que hoje atuam na feira, classifica a situação do espaço como “crítica” e afirma que a maior necessidade é buscar uma “saída” para os trabalhadores.
“Precisamos trazer para a feira os produtores e contatos de outras entidades, como do artesanato. É uma forma da feira sair da crise. Precisamos revitalizá-la com mais investimentos. A situação é crítica, mas todos nós vamos sair ganhando com isso: os permissionários e a população de Manaus”, afirma Adail de Souza.
(Semcom)