MANAUS – Uma operação conjunta da Polícia Civil do Amazonas e da CGU (Controladoria Geral da União) tenta prender o prefeito de Iranduba, Xinaik Silva de Medeiros (Pros), secretários municipais e empresários da construção civil. O secretário de Finanças, David Queiroz, já está preso. A polícia cumpre 30 mandados de prisão e de busca e apreensão na sede da prefeitura e em secretarias.
Entre os delitos praticados pelo gestor e seus secretários estão fraudes em licitações e desvio de recursos públicos. A denúncia foi levada ao Ministério Público do Estado do Amazonas pelos vereadores de oposição Antonio Irapuam Sampaio (PDT) e Ernandes da Rocha (PSDB). Depois de constatar irregularidades, o MP-AM pediu a prisão e a busca e apreensão de documentos.
O AMAZONAS ATUAL apurou que entre os presos estão a irmão de Xinaik Medeiros, Nádia Medeiros, que é tesoureira do Fundo Municipal de Saúde e membro da Comissão Municipal de Licitação; também estão com prisão decretada o presidente da Comissão Municipal de Licitação, Edu Corrêa, e os empresários da construção civil César Rios e Almir Prestes. Este último foi presidente da Comissão de Licitação na gestão do ex-prefeito Nonato Lopes, e também é servidor municipal. Depois de deixar o cargo na Comissão de Licitação, Almir Prestes montou uma empresa de construção civil e prestava serviços para a prefeitura, de acordo com a denúncia dos vereadores.
O Ministério Público calcula em cerca de R$ 50 milhões os prejuízos aos cofres públicos municipais com as irregularidades praticadas pela organização criminosa que atuava na Prefeitura de Iranduba.
De acordo com o vereador Irapuam Sampaio, que é presidente da Comissão de Finanças e Orçamento da Câmara, a prefeitura recolheu dos servidores recursos da ordem de R$ 3,043 milhões de crédito consignado dos servidores municipais e não repassou o dinheiro para a Caixa Econômica Federal. “Existe também consignado no Banco do Brasil e no Bradesco e também houve recolhimento na folha de pagamento, mas o dinheiro não chegou aos bancos. Não nos repassaram os valores desses dois bancos”, disse Sampaio.
O vereador também informou que o município não está repassando a parte patronal ao Instituto de Previdência do Servidor. O município recolhe 11% dos salários dos servidores para a previdência e repassa mais 11% como contribuição patronal. Só o dinheiro dos servidores vinham sendo repassados nos últimos meses, segundo o vereador. Há um projeto de lei tramitando na Câmara Municipal de Iranduba pedindo o parcelamento do débito com o fundo de previdência. “Como não há informações suficientes sobre os atrasos nos repasses, o projeto está parado na Comissão de Finanças”, disse Sampaio.
Há, ainda, denúncia de que os kits de ajuda humanitária aos ribeirinhos atingidos pela cheia dos rios, enviados pelo Ministério da Integração Nacional, não chegaram aos destinatários, segundo o vereador
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