Da Redação
MANAUS – Com vendas para o exterior que chegaram a US$ 52,8 bilhões entre janeiro e julho deste ano, o agronegócio registrou aumento de quase 1% em relação ao mesmo período de 2015. Já as importações apresentaram queda de quase 12% nos valores, atingindo US$ 7,24 bilhões. Feita a soma, o saldo comercial do setor foi positivo em US$ 45,58 bilhões no primeiro semestre de 2016 representando 49,6% das exportações totais do país nesses sete meses, segundo indicadores da Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
O resultado satisfatório foi obtido em um ano de queda da safra, segundo o presidente da CNA (Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária, João Martins Silva Júnior. A expectativa era obter uma safra de grãos de 205 milhões de toneladas, mas caiu para 185 milhões de toneladas devido a problemas climáticos nas principais regiões produtoras como Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Sudeste. “A expectativa para 2017 é de uma safra de 215 milhões de toneladas. O otimismo se deve aos preços que estão estimulantes, principalmente o da soja, e às condições ambientais favoráveis. Acredito que teremos recorde na safra de soja e, possivelmente, também na de milho”, disse João Martins, que foi homenageado pela Faea (Federação da Agricultura do Estado do Amazonas), nessa quinta-feira, 20, com a Ordem do Mérito Agropecuário do Amazonas.
Martins disse que o setor registrou também na contribuição das reservas internacionais do Brasil no exterior em quase US$ 400 milhões, além do aumento na oferta de vagas de emprego no campo. O presidente da CNA lembrou que o Plano Safra 2016/2017, do Ministério da Agricultura, tem sido um estimulador do agronegócio. Para o próximo ano, o governo federal irá disponibilizar R$ 185 bilhões em créditos aos produtores rurais. “Isso demonstra a importância que o governo tem dado ao setor, com total apoio aos produtores”, disse Martins.
As operações de custeio e comercialização com juros controlados contarão com R$ 115,6 bilhões. Os juros foram ajustados sem comprometer a capacidade de pagamento do produtor, com taxas que variam de 9,5% a 12,75% ao ano. Já os juros para agricultores enquadrados no Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp) são de 8,5%. Para os programas de investimento, o governo federal destinou R$ 34,045 bilhões.
O Brasil também exportou 126,5 toneladas de carne bovina in natura para os Estados Unidos em setembro deste ano, o que equivale a cerca de US$ 500 mil. Setembro foi o primeiro mês de embarques do produto brasileiro com destino ao mercado norte-americano, depois do acordo de comércio bilateral firmado no dia 1º de agosto deste ano.
Segundo a SRI, como foi o início das vendas, a tendência é de crescimento. A abertura do mercado norte-americano à carne bovina in natura brasileira foi considerada uma conquista importante pelo governo brasileiro, com a possibilidade de abertura de novos mercados, já que os Estados Unidos são muitos exigentes em questões sanitárias.