MANAUS – O diretório municipal do PPS decidiu, na noite desta terça-feira, 24, expulsar os vereadores Professor Samuel e Professora Jacqueline dos quadros da legenda por infidelidade. Eles respondiam a processo no Conselho de Ética do partido por terem desobedecido a orientação da direção municipal na eleição para a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Manaus, em dezembro do ano passado. Na ocasião, Samuel e Jacqueline votaram no vereador Wilker Barreto (PHS), candidato do prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB), quando o PPS orientava a não votarem no indicado de Arthur.
Em reunião presidida pelo vice-presidente municipal do PPS, Edinaldo Sousa, pela presidente de honra Lila Léa, e pelo presidente do Conselho de Ética, Marlio Dutra, os membros presentes aptos a votar, decidiram por unanimidade pelo acolhimento da representação, e pela imediata expulsão de Jacqueline Pinheiro e Samuel Monteiro.
Os dois vereadores lutavam para não serem expulsos da legenda. O PPS municipal tem como presidente o deputado federal Hissa Abrahão, ex-vice-prefeito de Manaus, que se envolveu em uma série de conflitos com o prefeito, desde que foi exonerado da Secretaria Municipal de Obras, em dezembro de 2013. O partido também perdeu no ano passado todas as pastas que tinha na administração de Arthur e a direção municipal decidiu fazer oposição na CMM, mas os dois representantes da legenda preferiram manter-se como aliados do prefeito.
Outras acusações
Na representação protocolada pelo médico José Maria Gomes Monteiro, amazonense e membro da executiva nacional do partido, ambos os vereadores foram acusados também de não participar do fórum interno partidário em suas discussões e atividades, de não fazer campanha eleitoral para os candidatos da legenda e/ou coligados a ela nas eleições de 2014, de não seguir a orientação em apoiar as manifestações populares de críticas às falhas do prefeito em sua administração.
Sobre a orientação de voto na eleição da Mesa da CMM, a Comissão de Ética alegou que os vereadores foram notificados formalmente através de documento protocolado em seus gabinetes na votação que elegeu o presidente da CMM indicado pelo prefeito. Mesmo assim, eles não seguiram a orientação.
Defesa
De acordo com a assessoria do PPS, os vereadores foram notificados em tempo hábil e ambos apresentaram defesa no prazo. A defesa foi feita pelo advogado Yuri Dantas, o mesmo que advoga para o prefeito Arthur Virgílio Neto na Justiça Eleitoral.
O vice-presidente do PPS, Edinaldo Sousa, disse que na manhã desta quarta-feira, 25, os vereadores serão notificados oficialmente de que não integram mais o Partido, e que ainda nesta semana será protocolado na Justiça Eleitoral o pedido de cassação dos mandatos e posse dos suplentes.
A reportagem não conseguiu contato com os vereadores, mas as assessorias de comunicação de ambos disseram que eles vão se manifestar assim que forem notificados da decisão.