A senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB) votou contra a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). O senador Omar Aziz (PSD), ao contrário, votou a favor do impedimento. Os discursos de ambos são reveladores: Vanessa defendeu o que vinha defendendo desde que se começou a falar em impeachment, no ano passado: que se tratava de um golpe. Fez isso porque o PCdoB está perdendo e perdendo muito. São dois ministérios (da Defesa e do Esporte) e centenas de cargos de segundo e terceiro escalões Brasil afora. Omar, por sua vez, também fez um discurso de conveniência, mas pouco coerente com a história do seu partido. O PSD foi criado com o apoio do Palácio do Planalto e da presidente Dilma para diminuir o poder do PMDB. Quando viu a chance de embarcar na canoa do vice-presidente Michel Temer (PMDB), Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD, deixou o ministério das Cidades, dois dias antes da votação do processo de impeachment na Câmara dos Deputados. Um dia antes da votação no Senado, Kassab recebeu de Michel Temer a oferta do Ministério das Comunicações, turbinado com a fusão do Ministério de Ciência e Tecnologia. Os discursos, em resumo, são de uma senadora que está perdendo e de um senador que está ganhando.