Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Ao ser questionada sobre a BR-319, em Manaus, a pré-candidata da Rede Sustentabilidade a presidente da República, Marina Silva, devolveu a pergunta: “Porque as pessoas continuam perguntando isso a mim?”. Desde que deixou o cargo de ministra do Meio Ambiente, Marina disse que vários políticos amazonenses se posicionaram a favor do asfaltamento da rodovia, mas não fizeram nada para viabilizar a recuperação dela.
“Nesses dez anos, aqui já tivemos governadores, senadores, um ministro do Transporte, um ministro de Minas e Energia e parlamentares que são favoráveis. Porque as pessoas continuam perguntando isso a mim?”, questionou a pré-candidata.
Segundo Marina, existe um grupo de trabalho composto pelo Ministério Público, ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e órgãos estaduais que poderá apontar problemas e soluções na obra. “Vamos aguardar o que esse grupo de trabalho vai dizer. Um projeto para ser viável, tem que ser viável do ponto vista econômico, social e ambiental”, disse Marina, evitando afirmar se vai ou não manter o discurso de quando foi ministra do Meio Ambiente.
Marina assumiu o comando do ministério no governo Lula de 2004 a 2008. Na época, ela foi contra o asfaltamento da rodovia sem que fossem realizados estudos de impacto ambiental e a adoção de medidas que garantissem a preservação da floresta. Dez anos depois que ela deixou o cargo, a obra ainda não foi liberada.
Populismo
A pré-candidata da Rede criticou políticos que usam a situação da BR-319 como discurso populista. Para ela, é necessário levar em consideração os conhecimentos técnicos para decidir o futuro da rodovia.
“Acho que um governante não pode dizer as coisas sem levar em consideração os conhecimentos técnicos porque isso, às vezes, é populismo, é querer ganhar o voto de coisas que depois não se entrega. Tem muita gente que gosta de ganhar voto às custas da BR. É por isso que faz dez anos que eu saí do ministério e eles continuam fazendo o mesmo discurso”, disse a pré-candidata.