MANAUS – O faturamento do PIM (Polo Industrial de Manaus) em 2016 ficará em US$ 20,9 bilhões (R$ 70,8 bilhões, considerando o dólar a R$ 3,391 neste sábado), o que significa retração de 13% em relação ao ano de 2015, que já havia decrescido 35,12% em comparação com 2014. A estimativa foi feita pelo presidente da Fieam (Federação das Indústrias do Estado do Amazonas), Antonio Silva, na última reunião do ano da entidade, realizada na sexta-feira, 16. “Caso se confirme o prognóstico, regrediremos para patamar inferior ao de 10 anos atrás, isto é, o ano de 2006, que foi de US$ 22,7 bilhões”, disse Silva.
Para Antonio Silva, o cenário econômico para 2017 é preocupante, com previsão de inflação alta, queda do PIB, escassez de recursos, crescimento do nível de desemprego, situação desfavorável do câmbio, queda das exportações e consequentes desníveis da balança de pagamentos, itens que minam a confiança do empresariado.
De acordo com Silva, a escassez das linhas de crédito, volta da inflação com reajustes de preços, aumento do custo de energia elétrica e a queda da renda da população foram outras variáveis que agravaram a crise no Amazonas.
Sobre o desemprego, o presidente da Fieam citou redução de aproximadamente 10 mil postos de trabalho no PIM, queda de 12% em relação ao ano anterior, mantendo o contingente de mão de obra de 78 mil vagas ocupadas.
Para 2017, Antonio Silva prevê que o custo financeiro elevado tende a continuar, o que afetará o caixa das empresas, além dos juros que devem permanecer altos, resultando em piora dos índices de inadimplência, cuja previsão é fechar este ano com percentual de crescimento superior a 14%.
“Todos esses fardos se refletem negativamente nas receitas e fontes de recursos do Estado como um todo e das entidades como as integrantes do Sistema Fieam (Fieam, Sesi, Senai e IEL). Mesmo assim não deixamos de realizar nossa missão, colaborando na educação, capacitação e no bem-estar do trabalhador da indústria, seus dependentes e também da comunidade”, relatou.
Construção do ISI em Microeletrônica
Para 2017, Antonio Silva anunciou a construção da sede do Instituto Senai de Inovação (ISI em Microeletrônica), com investimento de R$ 35 milhões, sendo R$ 13 milhões em obras e R$ 22 milhões na aquisição de equipamentos.
O ISI deve ser concluído no final de 2017. A verba é oriunda do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES), valor que já foi liberado e que inicialmente está sendo utilizado para compra de maquinas e aparelhos de alta precisão e tecnologia.
As obras, que serão realizadas em espaço de 204 mil metros quadrados, na zona leste, na área do Clube do Trabalhador, devem ser iniciadas no primeiro trimestre de 2017. A nova infraestrutura de tecnologia de ponta vai receber doutores, mestres, engenheiros, pesquisadores, técnicos e bolsistas, para atender tanto a demanda local quanto nacional em pesquisas e inovações em sensores e encapsulamentos dos circuitos microeletrônicos das linhas de produção.