Da Redação
MANAUS – A fórmula matemática T = CV + CF + DT ÷ IPK define o índice de passageiros que passam nas catracas dos ônibus por quilômetro rodado. Esse indicador é a base para calcular o valor da passagem de ônibus em Manaus. O preceito, até então um enigma financeiro, integra a planilha de custos das empresas foi apresentado na manhã desta sexta-feira, 24, aos vereadores da CMM (Câmara Municipal de Manaus) pelo diretor-presidente da SMTU (Superintendência Municipal de Transportes Urbanos), Audo Albuquerque da Costa.
CV são custos variáveis medidos por quilômetros, CF são custos fixos em quilômetros, DT são despesas tributárias também em quilômetros e IPK é o Índice de Passageiros por quilômetro. Eliene Souza, analista de planejamento de transporte da SMTU e especialista na fórmula, explicou aos parlamentares a metodologia do cálculo.
Segundo Eliene, 51% das despesas do sistema de transporte público em Manaus são com pessoal, 20% com óleo diesel, 7% com lubrificantes, 6% com gastos de depreciação da frota e 5% com peças e acessórios. Os itens referentes a rodagem, despesas administrativas, manutenção da tarifa de estudante e impostos e taxas correspondem, cada um, a 2% do total de gastos. Os 3% restantes equivalem a integração do sistema.
“O custo total do serviço deve ser rateado entre usuários pagantes, mediante ao cálculo do número de passageiros equivalentes, quilometragem percorrida e custo quilométrico que envolvem custos vaiáveis, fixos, índice de passageiros por quilômetros e despesas tributárias”, disse Eliene. Os vereadores sinalizaram que entenderam a explicação, pois não tiraram dúvidas. Boa parte dos parlamentares, porém, considerou ‘inconclusivas’ as explicações da especialista.
O vereador Chico Preto (PMN) propôs à Mesa Diretora da Casa anular o decreto do prefeito de Manaus, Arthur Neto (PSDVB), que autorizou o novo reajuste no valor da tarifa, que será de R$ 3,80 a partir deste sábado, 25. “Essa discussão não acaba hoje (nesta sexta, 24). Essas explicações são inconclusivas e a Procuradoria Geral do Município ainda vai realizar uma análise paralela. Faltam apenas 12 horas para o aumento e considero muita má fé da prefeitura realizar uma audiência pública para discutir tarifa poucas horas antes do aumento acontecer”, criticou. “Proponho que segunda-feira (27) a CMM edite novo decreto legislativo que tire o poder do decreto editado pelo prefeito para barrar o aumento até que seja feita uma análise mais concreta sobre a tarifa”, disse Chico Preto. A proposta será encaminhada por escrito à Mesa Diretora.