Da Redação
MANAUS – Ao contrário das pesquisas de intenção de votos que refletem uma opinião, mas não necessariamente o desejo do eleitor, o ativismo nas redes sociais mostra um engajamento dos seguidores em relação aos políticos. Os militantes manifestam defesa, aprovação e admiração aos políticos, revela pesquisa das empresas Monitorleg/Ativaweb, especializadas no monitoramento e análise política das redes sociais.
Entre os candidatos à eleição suplementar ao Governo do Amazonas, o senador Eduardo Braga (PMDB) lidera em quantidade de seguidores. São 300 mil, 99.98% a mais que o ex-governador Amazonino Mendes (PDT), mentor político de Braga e adversário no pleito de domingo, 6. Mendes, conforme a Monitorleg/Ativaweb, tem apenas cinco mil seguidores (0,01%). Rebecca Garcia (PP) tem 32 mil seguidores e José Ricardo (PT), 17 mil.
O levantamento foi realizado entre os dias 25 de junho e 23 de julho deste ano e considerou a quantidade de fãs, o crescimento do número de fãs, o ativismo ou postagens, as intenções em grupo de mil fãs e o engajamento desses grupos.
Analisando especificamente o período eleitoral, o estudo identificou que Amazonino Mendes foi quem mais cresceu no quesito intensidade, seguido de ‘tímido’ crescimento de Rebecca e de José Ricardo. O crescimento de Mendes se deve ao fato de que o ex-governador praticamente não tinha seguidores nas redes sociais e atraiu adesão com a candidatura ao governo. A análise das empresas envolve o crescimento absoluto do movimento nas redes sociais considerando a soma de perdas e ganhos do total de fãs de cada página dos candidatos. Rebecca Garcia manteve o mesmo patamar, José Ricardo teve queda moderada e Eduardo Braga, queda acentuada.
Ativismo
Para o critério postagem ou ativismo na rede, entretanto, a equipe do candidato José Ricardo dispara, seguida da de Amazonino, que aumentou o número de postagens. S seguidores de Eduardo Braga e Rebecca mantêm um ritmo mais lento de mensagens publicadas frente aos outros dois concorrentes.
No quesito engajamento, medido pelo número de interações, a partir de compartilhamento de cada página, Eduardo Braga é imbatível, embora Amazonino venha crescendo. José Ricardo e Rebecca possuem baixo engajamento por este critério.
Já no engajamento, medido pela intensidade de compartilhamento, comentários e reações dos grupos de mil fãs, Amazonino lidera, seguido de José Ricardo e Rebecca. Nesse critério, Eduardo Braga fica em último lugar, porém há de se considerar que o número de fãs dele é dez vezes maior do que o da segunda colocada, Rebeca; dezoito vezes maior do que o terceiro colocado; e quase sessenta vezes o do quarto colocado, Amazonino.
O relatório é assinado pelo jornalista, analista político e consultor Antônio Augusto Queiroz, que afirma, com base nas informações disponíveis, que:
1 – Eduardo Braga continua obtendo o maior volume de menções e seguidores durante o mesmo de junho, embora tenha perdido algo como 12% em número de menções e esteja com tendência de queda.
2 – O candidato Amazonino Mendes, principal adversário de Eduardo Braga, vem crescendo nas redes, embora ainda tenha um número pequeno de fãs e seguidores em comparação com Eduardo Braga. O crescimento do envolvimento das pessoas, via web, na campanha de Amazonino tem crescido.
3 – Os outros dois candidatos não ameaçam. José Ricardo teve crescimento no número de postes e Rebecca Garcia foi a que mais perdeu apoio nesse período.
4 – A campanha, a julgar pelas manifestações na web e pelo resultado das pesquisas de opinião, ficará polarizada entre Eduardo Braga e Amazonino Mendes, dois ex-governadores do Estado. Há no momento uma inversão de tendência nas redes sociais. Enquanto Amazonino cresce, Eduardo Braga cai. O ritmo desse movimento é que vai ditar o resultado da eleição no primeiro turno ou se terá segundo turno entre os dois.
“Registre-se que as redes sociais ou a web, por si só, não garante a eleição, mas é uma ferramenta que, se bem utilizada, com a divulgação de vídeos e transmissão ao vivo, pode fazer a diferença, mesmo num Estado em que boa parte de sua população e do eleitorado fica em cidades menores, do interior do Estado”, disse o especialista.