O deputado Platiny Soares (PV) pecou pela inexperiência ao aceitar a autoria da PEC dos Cartórios, que está sendo tratada pelos deputados como um presente de grego. Os parlamentares evitam até emitir opinião a respeito do tema, por se tratar, no fundo, de uma disputa entre desembargadores, apesar de os maiores interessados no assunto serem os escrivães que atuam no interior do Estado acumulando a função de servidor e de serventuário. Platiny não foi o primeiro “autor” da matéria. Quem deveria apresentar a PEC era o deputado licenciado Sidney Leite (Pros), mas ele deixou a Assembleia Legislativa sem cumprir o que havia prometido aos escrivães, e pediu ao colega do PV para assumir a autoria. Primeiro, a matéria foi apresentada como projeto de lei. Vendo a fragilidade de uma lei com esse teor, o deputado retirou de tramitação e apresentou a PEC. A expressão “presente de grego”, inclusive, foi usada pelos deputados mais experientes da ALE para categorizar o fato de Sidney Leite entregar ao colega Platiny um projeto pronto para ele apenas assinar e ganhar a autoria. O presidente Josué Neto (PSD) não ficou nada satisfeito com a PEC, porque jogou para a Casa uma batata quente.