Uma manhã de bate-papo descontraído com o ator Paulo Betti sobre o longa-metragem “A Fera na Selva” aconteceu no sábado, no Palácio Rio Negro.
Na verdade, o longa foi um “pretexto” para o ator e diretor falar sobre cinema, Lei Rouanet e ainda várias curiosidades sobre o mundo da interpretação.
Betti esteve em Manaus para apresentar a autobiografia em comemoração aos 40 anos de carreira, no Teatro Amazonas, e aproveitou para promover o filme “A Fera Na Selva”, do qual é roteirista, diretor e ator principal.
A plateia composta por cinéfilos, jornalistas e curiosos recebeu total atenção do artista, que teve a ideia de realizar os bate-papos para criar um laço maior com os espectadores do filme. “Quero criar uma afinidade com o público e esses encontros são essenciais”, avaliou.
O filme “A Fera na Selva” é livremente inspirado no livro de Henry James. O ator prometeu que passará o livro e o roteiro, criado por ele, às pessoas que participaram do bate-papo para que todos conheçam a obra.
O artista destacou que é aberto a sugestões e lembrou que foi num desses encontros que um garoto de 12 anos disse que já tinha lido o livro de Henry James e ao fazer uma comparação com o roteiro de Paulo Betti percebeu que não tinha uma cena, que na sua opinião era importante. “Me surpreendi que aquele menino de 12 anos tivesse lido e gostei do que ele falou. Revi a cena e inseri o que sugeriu”, confirmou.
Ao ser indagado sobre como buscou patrocínio, Betti explanou sobre a Lei Rouanet e as confusões que muitos fazem sobre a questão da captação de recursos com a Lei. “As pessoas, incluindo jornalistas, falam o que não é verdade. Quando se diz que o artista está apto a buscar patrocínio, isso não quer dizer que o governo dará esse dinheiro. Temos que buscar os apoios. Há uma confusão. Ninguém dá nada. Temos que ir buscar”, explicou.
Ligado a esquerda, Paulo disse que hoje quer apenas ser visto como um artista (independente da vertente política). Enfatizou que não existem santos na história, mas destacou que, em relação ao Ministério da Cultura, avaliou que hoje temos um retrocesso. “Já tivemos um Gilberto Gil, como ministro. Então retrocedemos, sim”, avaliou.
O artista falou ainda sobre produção de cenas, interação com atores (entre elas a sua ex-esposa Eliane Giardinni) e figurantes e a sensação de ter um filme finalizado, assim como sua emoção de encenar uma peça no Teatro Amazonas.
“A camareira (do Teatro Amazonas) me disse que Luciano Pavarotti beijou o palco, quando o conheceu. Então quando fui jogar um peão (durante uma cena da peça), me vi pensando que estava jogando algo no chão que foi beijado por Pavarotti”, revelou.
Ele disse que apenas três pessoas assistiram ao filme (quase) finalizado, foram as pessoas envolvidas. Um deles foi o diretor Fernando Meirelles, diretor da Cidade de Deus, que classificou como envolvente e emocionante.”Escrevi para ele e perguntei se poderia usar o envolvente e emocionante publicitariamente na divulgação. Ele respondeu que não apenas podia como iria complementar e fez um comentário maior”, comemorou.
Betty adiantou que está muito feliz com resultado de “A Fera na Selva”. “Estou muito feliz mesmo!”, enfatizou.
Quer saber mais sobre o filme?
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