Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Quitar dívidas, investir no mercado financeiro ou gastar. As opções para o uso do dinheiro do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) dependem da necessidade do trabalhador, segundo os especialistas financeiros.
“Existe algumas considerações sobre o FGTS. Se essa dívida foi feita por falta de planejamento, não é uma dívida saudável, feita sem pensar. Se essas são as dívidas predominantes na vida de alguém que vai ser beneficiado pelo saque do FGTS inativo, aí vale a pena quitá-la. Se for uma dívida que você vem administrando de forma saudável, você mantém o pagamento, isto é, paga esse valor e investe o que sobrar em outra coisa”, aconselha o economista Erivaldo Lopes.
Conforme Lopes, o melhor é usar o recurso para quitar dívidas permanentes, que estão atrapalhando a vida do consumidor. “Se a pessoa contraiu uma dívida que ela construiu ou comprou alguma coisa de forma tranquila, então ela mantém a sua rotina de pagar suas dívidas mensalmente e com esse valor extra do FGTS ela faz uma aplicação em investimento. Se ela tem uma dívida que a está levando ao desespero, pague a dívida ou amortize parte com esse valor”, disse.
Erivaldo sugere que o trabalhador use o recurso para realizar pagamentos à vista de projetos a longo prazo. “Gastar esse dinheiro somente para complementar parte de um sonho ou parte de alguma coisa que a pessoa está fazendo não é prudente. Para comprar um carro à vista, por exemplo, uma casa à vista, construir à vista. Então, se tem esse dinheiro, pode usar esse recurso de uma forma tranquila em vez de pedir empréstimos a bancos com antecipação”, aconselhou.
Empréstimo
Para Erivaldo, usar o dinheiro de uma forma inteligente não passa pela antecipação desse recurso por meio de empréstimos. “O que não achamos interessante é a pessoa já pensar num gasto antes de receber o dinheiro. O dinheiro ainda não saiu, ainda vai sair e já tem bancos oferecendo a antecipação e com certeza com juros e depois desconta do trabalhador tirando uma taxa percentual. Isso não é interessante”, disse.
O economista disse que a alternativa de liberar os recursos do FGTS para o trabalhador foi a melhor ideia para reanimar o mercado. “Eu tenho certeza que vai ajudar a economia brasileira. Foi uma medida inteligente para fazer com que a economia tenha um consumo a mais, sem que precise que as pessoas tenham que pegar crédito no banco. É o dinheiro na mão do consumidor sem que ele se endivide com empréstimos”, disse o economista.