Da Redação
MANAUS – A oposição ao Governo Melo na ALE (Assembleia Legislativa do Amazonas) que conseguiu, na semana passada, aprovar pedido para criação de uma CPI da Afeam (Agência de Fomento do Estado do Amazonas) com nove votos, incluindo os de deputados da base do governador, está com o requerimento também para uma CPI da Saúde engatilhado. Isso porque o da Saúde conta com seis assinaturas, restando apenas duas para ser aprovado. Já assinaram o requerimento os deputados José Ricardo (PT), Sinésio Campos (PT), Luiz Castro (Rede), Alessandra Campêlo (PMDB), Vicente Lopes (PMDB) e Wanderley Dallas (PMDB). Pelos movimentos dos deputados nos últimos dias, a prioridade agora é evitar que o CPI da Afeam seja abortada por manobras da base na ALE. Desconfiaram que o requerimento que solicita a instalação da CPI será encaminhado nesta terça-feira pela segunda vez à CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), sendo que nem o primeiro envio é previsto no regimento interno da casa.
Os parlamentares indicam que se os dois deputados do PSDB assinassem, a CPI da Saúde estaria criada. Porém, consideram pouco provável que Bi Garcia, prefeito eleito de Parintins, assine o requerimento. O comentário é que Bi se afastou de Artur e se aproximou do senador Omar Aziz (PSD) durante a campanha. Bi enfrenta um processo judicial que pode tirar a prefeitura das mãos dele movido pela adversária Márcia Baranda (PMDB). Advoga para Márcia Baranda o mesmo escritório jurídico do senador Eduardo Braga, que atuou na campanha de Arthur Neto. Atua na defesa de Bi Garcia o escritório jurídico de José Melo na justiça eleitoral.
Investigação
A oposição acredita que a tentativa da base aliada de ampliar a investigação sobre os contratos de empréstimo na Afeam para o período que compreende os governos de Braga e Omar não vai dar em nada porque a única forma é aprovar novo requerimento, já que o anterior foi aprovado com proposta clara: investigação dos atos suspeitos durante o Governo Melo.
Nesta terça-feira, o presidente da ALE, Josué Neto (PSD), sinalizou que a CPI da Afeam vai demorar. Em pronunciamento no plenário, Josué deixou claro que o rito burocrático para aprovação, ou não, da CPI, será cumprido rigorosamente. “A Assembleia, como uma casa política, ela requer um rito e este rito deve ser respeitado. Estou deixando à disposição de todos os servidores desta Casa que atuaram nas CPIs passadas que possam passar qualquer informação, todas as informações, a partir de agora com relação às CPIs que outrora também tiveram transparência, nós vamos deixar à disposição para qualquer um dos senhores que possam requerer, relembrar e conhecer como foi que iniciou”, disse.
Josué rebateu críticas de protelação no processo de análise da CPI da Afeam. “Qualquer crítica que haja no sentido de protelação, de arquivamento ela vai bater, não em palavras, mas em atitudes e atos oficiais que foram tomados durante a CPI da Pedofilia e a CPI da Telefonia. Não faz muito tempo. Os senhores e senhoras que queiram fazer um exercício de memória vão perceber o que nós estamos fazendo hoje é o que nós fizemos dois anos atrás, três anos atrás. Em nem um momento as CPIs passadas foram prejudicadas por conta dos nossos atos e desta Mesa Diretora, do qual eu sou presidente”, disse Josué.