Por Rosiene Carvalho, Da Redação
MANAUS – Enquanto a base do Governo José Melo (Pros) se divide em quatro candidaturas, o grupo de coalizão da oposição e de parlamentares novatos e descontentes com o Executivo diz que conta com 12 votos para conquistar a presidência da ALE (Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas) no próximo biênio, a oito dias da eleição.
Nesta quarta-feira, 14, minutos depois de conversar com o deputado Belarmino Lins (Pros) e pouco tempo antes de iniciar uma conversa reservada com o deputado Vicente Lopes (PMDB), o deputado estadual Borco Saraiva (PSDB) afirmou que o cenário desta quarta-feira indica que o grupo conta com doze votos e tenta se fortalecer contra o assédio dos caciques que devem ser mais fortes nos próximos dias.
“O que tem sustentado esse grupo de não aliados (do Governo), o que não é uma oposição, é uma coalizão de parlamentares que resolveu dentro dos cinco que pretendem ser presidentes tirar um. A partir de conversas com esses cinco e com outros que não pretendem ser candidatos temos uma lista de programa de ações para próximo biênio da ALE. Ponto. Até aqui a discussão é bastante republicana. Ninguém quer inviabilizar ou viabilizar o Governo. Não estamos discutindo interesses subalternos. Estamos querendo colocar a ALE num patamar do debate e abertura para a população do Estado do Amazonas. Como poder, precisamos melhorar a atividade parlamentar. Criar condições para que os deputados possam cobrir o interior do Estado”, afirmou Bosco Saraiva.
Bosco disse que o grupo, com cinco pré-candidatos à presidência, começou com sete votos e hoje já conta com doze. Os candidatos do grupo são, além do próprio Bosco Saraiva, Alessandra Campêlo (PMDB), Vicente Lopes, Sinésio Campos (PT) e Sidney Leite (Pros), cotado também como candidato da base aliada de Melo.
“Essa tendência de fazer uma mesa diretora a partir de propostas é o que está presidindo nossos debates, nossas conversas”.
As candidaturas da base são do líder do Governo David Almeida (PSD) – que tem intensificado o desgaste entre os colegas nas últimas votações –, do deputado Belarmino Lins (Pros), além de Sinésio e Sidney, que estão emaranhados com os deputados da oposição.
“Passíveis de desgarrar”
Bosco afirmou que não podia citar nomes porque a pressão que caciques políticos vão exercer para a influência dos votos dos deputados nas próximas semanas, pode influenciar a decisão dos “passíveis de desgarrar”. “Tenho que preservar alguns. Estamos avançando para consolidar. Estou há três semanas conversando com os colegas sobre o assunto. Até aqui há um acordo de que vamos avançar construindo o grupo, que começou com sete, alcança hoje doze votos e se mostra capaz de ganhar. Tenho muita fé que sigamos esse debate republicano para que, na próxima semana, possamos dar o segundo passo, que é nos reunir e formar a chapa”.
Entre os deputados, mergulhados nos últimos dias no assunto disputa pela presidência da ALE-AM, os nomes mais viáveis para uma possibilidade de vitória do grupo são de Sidney Leite e Bosco Saraiva. Os parlamentares consideram ambos com maior força para manter os acordos firmados e os que têm maior simpatia no plenário dos demais deputados. “Eu vou conversar com todos. Faltam poucos, independente de estarem alinhados aqui ou não. Hoje mesmo bati um longo papo com o Belão no plenário. Não tem nada escondido”, disse.
Arthur e Omar
Bosco afirmou que no dia da posse do desembargador Jomar Ricardo Saunders Fernandes foi abordado pelo prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) sobre a disputa na ALE. “Perguntou e respondi. Sem influência e parou aí, entendeu?”, disse.
O deputado afirmou que o senador Omar Aziz (PSD) também perguntou a ele, há cerca de três semanas, sobre o assunto. “O grupo já estava até formado. E respondi que tinha intenção de ser presidente”, disse.
Braga
Bosco Saraiva afirmou que, pelas conversas com os deputados, percebeu que os do PMDB se mantém afinados com o senador Eduardo Braga (PMDB), porém, consideram que é necessário primeiro construir o grupo e depois definir externamente as conversas.
Questionado quando foi última vez que falou com Eduardo Braga, Bosco Saraiva respondeu. “Encontro e cumprimento né? Conversar, bater papo? Não… A política espera”. respondeu.