Da Redação
MANAUS – Após paralisação de 100% da frota na sexta-feira, 1°, os ônibus do transporte coletivo voltaram a circular na manhã deste sábado na capital, por volta das 10h. Pela manhã, nenhum ônibus saiu das garagens e os usuários que precisavam ir ao trabalho tiveram que optar pelos meios alternativos de transporte, que estavam mais caros.
Por volta das 10h deste sábado, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto, esteve no CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas, para acompanhar a movimentação da frota pelas câmeras do sistema de vigilância da SSP.
Em entrevista coletiva, Arthur disse que, independente da negociação, a prefeitura não aumentará a tarifa do transporte público. Além disso, informou que haverá nova rodada de negociações na próxima segunda-feira, 4, entre os sindicatos e a prefeitura. Para o prefeito, os prazos já foram esgotados.
“As frotas de cada empresa voltaram a circular agora. Daqui a pouco estarão a pleno vapor. Nós esperamos que essa paz seja duradoura. Que venha um acordo. Nesse acordo, as cláusulas podem ser diversas. Todas aquelas que podem ser aceitas, em comum acordo, por rodoviários e empresários. Só tem uma que não entrará, que eu não me coloco de comum acordo: não haverá reajuste de tarifa. Esse é um compromisso comigo mesmo e com a cidade de Manaus”, disse Arthur.
O que diz o Sinetram
O presidente do Sinetram (Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros), Algacir Gurgaz, disse que ficou surpreso com a paralisação total da frota na manhã deste sábado. Segundo ele, todas as reivindicações foram aceitas na reunião realizada na sexta-feira, 1°, na sede do MPT (Ministério Público do Trabalho). Hoje, sem haver acordo entre a prefeitura e os sindicatos, os ônibus voltaram a circular na capital por volta de 9h.
“Ontem nós passamos mais de 5 horas no Ministério Público do Trabalho junto com os rodoviários, atendendo todas as reivindicações. Eles saíram dali com a certeza de fazer uma assembleia para aprovar. Só que amanhecemos com uma surpresa de 100% da frota parada e que a proposta não havia sido aprovada. E quando foi agora, 9h, como em um passe de mágica, simplesmente eles começaram a liberar todas as garagens”, disse o presidente.
O presidente do Sinetram disse não saber o que houve. “Se eu soubesse o que tem por trás, eu ia tentar revolver isso”, disse Algacir Gurgaz.
O que dizem os rodoviários
Na sexta-feira, após audiência de conciliação realizada no MPT, os rodoviários se reuniram na garagem da empresa Via Verde, no bairro Lírio do Vale, para discutir a proposta apresentada pelo Sinetram. Na ocasião, os rodoviários recusaram a proposta e optaram por manter a greve.
“Em princípio, está mantida a greve. Neste sábado, apenas 30% da frota vai circular. Vamos levar a situação para a categoria decidir em assembleia. Eles querem colocar 40% do sistema de transporte público como intermitente e horista, com isso quase a metade da categoria corre o risco de ser demitida. O reajuste de 1,5% é uma proposta indecorosa. O sindicato reivindica 7,5%”, disse Gilvancir Oliveira.
Segundo a assessoria de comunicação do Sindicato dos Rodoviários, hoje os motoristas e cobradores foram ao trabalho, mas as empresas recolheram 100% dos veículos para evitar que houvesse depredação. Após verificar que não havia mais perigo, as empresas liberaram os ônibus para circular normalmente na cidade.