A chamada onda de Aécio Neves, tão propalada pelos eleitores do candidato tucano, parece ter congelado num mar que se apresentava bem mais quente do que as previsões dos analistas depois da divulgação das primeiras pesquisas eleitorais do segundo turno. Nesta segunda rodada de pesquisas, tanto o Datafolha quanto o Ibope mantiveram o mesmo percentual para Aécio Neves e Dilma Rousseff, considerando os votos válidos. Considerando os votos totais, ambos perderam um ponto percentual para os que declaram voto nulo ou branco. Os indecisos permanecem os mesmos. Os números do Datafolha são um risco para Aécio, apesar de o tucano ainda aparecer numericamente à frente de Dilma. O instituto mostrou os votos por região e Dilma teve um crescimento no Sudeste, exatamente onde a eleição é definida.
Na região que concentra a maior fatia do eleitorado, o candidato do PSDB oscilou de 62% para 59%, enquanto a candidata do PT passou de 38% para 41% da primeira para a segunda pesquisa. Aécio teve melhor desempenho na região Sul, onde passou de 55% para 61% e Dilma caiu de 45% para 39%. No Nordeste, Dilma também cresceu, passando de 66% para 68%, enquanto Aécio saiu de 34% para 32%. No Cento-Oeste foi mantido o mesmo patamar da primeira pesquisa, com Dilma oscilando um ponto para baixo, e na região Norte, Aécio ganhou quatro pontos, e foi de 40% para 44% e Dilma de 60% para 56%.
Outro dado interessante vem da pesquisa Ibope: os eleitores que deixaram de votar ou que votaram branco ou nulo no primeiro turno, se tivessem que votar agora, 58% optaria por Aécio e 42% por Dilma. O Ibope também perguntou aos indecisos se eles tivessem que votar no dia da entrevista. Dilma ficaria com 54% contra 46% de Aécio.
Aécio vence a eleição com os números apresentados na pesquisa, mas é preciso considerar que ele terminou o primeiro turno com 33,5% dos votos e Dilma com 41,5%. A primeira pesquisa mostrou um crescimento fenomenal, com o tucano chegando à frente, com dois pontos de vantagem. A expectativa era que na segunda pesquisa ele ampliasse a vantagem para sair do empate técnico. Mesmo com todas as manifestações de apoio, inclusive de Marina Silva e da família de Eduardo Campos, Aécio não saiu do lugar.