Da Redação
MANAUS – Depois da divulgação de uma nota nas redes sociais do senador Eduardo Braga (PMDB), empurrando a responsabilidade pela elevação em quase 100% do preço da obra da Ponte Rio Negro para o seu sucessor no governo do Amazonas, o senador Omar Aziz (PSD) contra-atacou e disse que o ex-governador que o antecedeu pagou por serviços não executados da obra que levou o STF (Supremo Tribunal Federal) a autorizar a abertura de inquérito contra os dois.
O ex-diretor do grupo Odebrecht, Arnaldo Cumplido de Souza e Silva, em depoimento no acordo de delação premiada, narrou a ocorrência de ajuste entre a Construtora Camargo Corrêa e o então governador do Estado do Amazonas, Eduardo Braga, para que fossem feitos pagamentos em seu favor relativamente à construção da Ponte do Rio Negro. Ele também diz que a empresa pagou propina para o sucessor de Braga, Omar Aziz.
Em nova intitulada “A Verdade”, acompanhada de um vídeo, o senador Omar Aziz disse que não foge de suas responsabilidades, e criticou Eduardo Braga por tentar jogar para ele a responsabilidade sobre a obra da ponte. “Quando eu assumi o Governo do Amazonas, o meu antecessor já havia pago 93% do valor contratado na Ponte do Rio Negro, enquanto a obra não estava executada nem a metade”, diz o texto.
No vídeo, Omar Aziz afirma que apesar de Braga ter pago 93%, apenas 48% dos serviços estavam executados. “Porque dois anos antes, o governo que eu sucedi já tinha detectado que havia erro no projeto; e a pessoa sabe disso, mas tenta jogar essa responsabilidade pra terceiro”, disse o senador.
Braga tem outra versão
Mais cedo, Eduardo Braga escreveu exatamente o contrário no Facebook e no Instagram: “Vale lembrar que, em abril de 2010, quando entreguei o comando do Governo do Estado para disputar uma vaga ao Senado Federal, 48% do valor original da ponte estava pago, com a obra em pleno andamento, sendo que 90% da construção já estavam prontas”.
Nesta segunda, Braga afirma que “a verdade dos fatos” é que na gestão dele 90% da obra estava concluída e que quando ele deixou o governo o valor da mesma era de R$ 574.826.098,12.
“No dia 11 de junho de 2010, o Diário Oficial do Estado publicou o Termo Aditivo ao contrato da Ponte Rio Negro, elevando o valor de R$ 574.826.098,12 para R$ 811.880.335,64. Cabe esclarecer que esse aditivo não foi concedido durante o meu mandato de governador, pois já havia entregue o cargo para disputar a eleição para o Senado da República. Outros aditivos vieram ao longo dos anos até que, em 24 de outubro 2011, a ponte que liga Manaus ao município de Iranduba foi entregue à população com o valor final de R$ 1,1 bilhão”, disse Braga.
Omar estica a corda
De acordo com Omar Aziz, quando ele chegou ao governo, em abril de 2010, já encontrou todos os aditivos encaminhados, discutidos e aprovados pelo governo de Eduardo Braga. “Os aditivos da Ponte Rio Negro começaram a ser discutidos em 2008. Portanto, 2 anos antes de eu assumisse o governo. Isso está fartamente documentado”.
Omar lembra que todos os conselheiros do Tribunal de Contas do Estado fizeram uma visita à obra, acompanhados de Eduardo Braga, “para avaliar a necessidade técnica dos aditivos, fato que pode ser comprovado pelas reportagens e fotos publicadas na época”.
Clique para assistir ao vídeo de Omar Aziz
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