MANAUS – O senador Omar Aziz (PSD) anunciou, na manhã desta quarta-feira, 3, o rompimento da aliança em apoio à reeleição do prefeito de Manaus Arthur Virgílio Neto (PSDB) e afirma que nas próximas horas indicará qual candidato seu grupo político irá pedir votos em 2016. A reação de Omar veio após ele saber de conversas entre o tucano e o senador Eduardo Braga (PMDB), com a possibilidade de Marcos Rotta ser o vice de Arthur na disputa pela Prefeitura de Manaus. Omar afirmou que conversas escondidas não o agradam por não ser o perfil político dele, e cobrou fatura dos quatro anos de trabalho em favor da gestão Arthur Neto.
O anúncio do rompimento foi feito em entrevista à Rádio Tiradentes, de Manaus. Omar afirmou que a retirada do apoio à candidatura do prefeito é irreversível e descartou, por ora, que o nome dele esteja nas urnas neste ano. “Essa está totalmente descartada, até porque, assim como eu fui surpreendido, a sociedade manauara foi surpreendida com esses acordos e com esse tipo de conversas que não me agradam. Se faz isso comigo, imagine com os outros”.
Segundo o senador, neste momento é impossível ele continuar apoiando o prefeito Arthur Neto, mas não quis usar o termo rompimento. No entanto, ele disse que tem um lado e que não tem afinidade com o PMDB de Braga. “Eu não posso a essa altura do campeonato, com a minha idade, já tendo passado um processo político e ter sido derrotado na eleição, eu fazer uma aliança política que não há afinidade (se referindo a Braga). Você tem que ter afinidade com o projeto, e o meu projeto não é pessoal, não é pelo cidadão A, B ou C. O meu projeto é o que é melhor pra Manaus”.
Omar Aziz lembrou que há duas semanas o PSD, ao fazer o lançamento da chapa de vereadores, declarou apoio ao Arthur. “Não anunciamos nem o vice. Mas isso já passou, o processo político é assim mesmo. Eu vou manter a minha coerência”.
Sobre as conversas com o PMDB, o senador disse que não conversou com o prefeito Arthur sobre o assunto e que ficou sabendo por fontes ou pelos meios de comunicação. “Eu fiquei sabendo como você ficou sabendo. Mas eu acho que a eleição não é uma eleição que pode tudo. Nós temos que ter um projeto para a cidade de Manaus”.
Omar disse que as negociações em torno das candidaturas é o que menos importa ao eleitor. “No final tem um produto final. Esse produto final é após as convenções. E esse produto final será avaliado pelo povo. Aí, o povo analisa o seguinte: tem ou não tem competência pra fazer? Tem ou não tem coerência? Se você é incoerente em alguns pontos, a população percebe que essa incoerência não é boa pra ela. Eu analiso dessa forma a política”.
Omar disse que como governador, nos últimos dois anos, deu grande contribuição à administração do prefeito Arthur Virgílio, que estava iniciando a gestão na Prefeitura de Manaus. “Nos dois primeiros anos, estendi a mão ao prefeito de Manaus; resolvi o problema crônico da água; não houve problema no transporte coletivo porque eu tomei iniciativa de chamar os movimentos e subsidiar a passagem pra que não houvesse os problemas que houve em outras cidades. Então, eu demonstrei o meu amor na prática pela cidade de Manaus”, disse.
Omar demonstrou sua insatisfação com as articulação visando uma aliança PSDB-PMDB ao dizer que não faz “reunião às escondidas”. “Isso não faz parte do meu olhar pra política brasileira. Você sabe a luta que eu tive para aprovar esse dinheiro para a Prefeitura de Manaus [empréstimo o BID, aprovado neste ano]. Eu não pedi nenhum cargo ao presidente Michel Temer, nenhum. Não nomeei e nem quero nomear ninguém”.
Questionado se o senador poderia disputar a Prefeitura de Manaus neste ano, ele disse que não basta apenas experiência, mas vigor. “Manaus é uma cidade que precisa de vigor nesse momento; 24 horas, em parar um minuto; sem olhar pro lado; focar nos problemas da cidade. É isso que nós estamos precisando”. Ele disse que nesse momento não é candidato a absolutamente nada e que quer ajudar a cidade de Manaus da forma dele.
Sobre apoio a outro candidato, Omar disse que o partido ainda tem tempo, mesmo faltando 48 horas para o fim das convenções. “Nós vamos analisar; eu não vou tomar uma decisão sozinho. Vou tomar uma decisão em conjunto, vou conversar com as pessoas que sempre me acompanharam; pessoas que me conhecem de perto e sabem que eu não vou pra aventura”.