MANAUS – O Governo do Estado paralisou, em dezembro de 2015, as obras da primeira etapa de construção da Cidade Universitária, em Iranduba, na Região Metropolitana de Manaus, que deveriam ser concluídas este mês. O município está situado a 24 quilômetros da capital. O contrato, assinado em 2013, tem o valor global de R$ 42 milhões, dos quais R$ 16,2 milhões, o equivalente a 38,5%, já foram empregados. Entre as justificativas para a interrupção das obras está a “ falta de dotação orçamentária”, segundo o Sicop-AM (Sistema Integrado de Gestão e Controle de Obras Públicas).
O Sistema aponta, ainda, que o contrato com a Construtora Etam Ltda, assinado há três anos, tem vigência até o próximo mês, o que dá ao governo do Estado pouco mais de 40 dias para a conclusão das obras da primeira etapa. Até agora, apenas parte dos serviços foi executada, como compactação de aterros, escavação de valas, assentamento de tubulação para bueiros e topografia.
Mesmo com a assinatura ocorrida há quase três anos, as primeiras fotos mostram que as obras iniciaram em março de 2014, ou seja, quase um ano depois, época em que o governo do Estado explorou em sua publicidade institucional a obra e os benefícios que ela traria ao Estado, e mesmo período em que o Amazonas começou a sentir os efeitos da crise econômica, que no ano seguinte gerou prejuízos à arrecadação e a vários setores da economia.
Conforme o descritivo do contrato, a paralisação ocorreu pela “impossibilidade técnica de execução de serviços e obras de terraplanagem e pavimentação durante o período de chuvas na região, que teve início na 1° quinzena de dezembro do ano vigente (2015, na época), bem como, devido à falta de dotação orçamentária”. As chuvas no Estado só começaram a se intensificar no mês passado.
Muito embora o descritivo aponte a pausa na execução da obra em dezembro, as últimas fotos postadas no Sicop, que também serve como ferramenta para o acompanhamento das obras em tempo real, foram tiradas em agosto de 2015, ou seja, há quase sete meses.
O documento oficial não informa o prazo para a retomada da primeira etapa da Cidade Universitária, que será vinculada à UEA (Universidade do Estado do Amazonas). O AMAZONAS ATUAL tentou contato com a assessoria da Seinfra (Secretaria de Estado de Infraestrutura) para obter mais informações sobre o caso, mas não obteve sucesso. A pasta é responsável pela fiscalização da execução do contrato.
No início deste mês, o reitor da UEA, Cleinaldo Costa, comentou em entrevista a uma emissora de rádio local, que a obra do prédio da reitoria, o primeiro a ser construído, deve ser concluída em dois anos. Até agora, apenas a estrada de acesso está concluída.
Em 2012, o então governador do Amazonas Omar Aziz anunciou que venderia a Cigás (Companhia de Gás do Amazonas) para investir o valor da privatização na construção da Cidade Universidade. Até o momento, nem o estudo para a venda da Companhia foi finalizado, apesar de o governo contratar uma empresa para realizar o serviço. Entenda o caso.