MANAUS – Alguma coisa está fora da ordem no comércio de combustíveis em Manaus, em especial com a gasolina. Há duas semanas, os postos de Manaus baixaram os preços a um patamar que para o consumidor consciente é justo e aceitável. A maioria dos postos chegou a vendar o litro da gasolina comum e aditivada por R$ 3,95. Na virada da semana, a surpresa: os postos voltaram a praticar o preço mais alto da história, e que gerou uma reação dos caminhoneiros por todo o Brasil.
A Petrobras, que fornece o combustível às distribuidoras, não aumentou os preços nesse período. Ao contrário, desde o dia 14 deste mês, os preços vem caindo. No dia 12, o preço chegou a R$ 2,0527, o mais alto do mês de julho. Depois, passou a cair: R$ 2,0326 no dia 13, R$ 1,9970 no dia 14 e agora está em R$ R$ 1,9611.
Os economistas vão dizer se tratar de uma economia de livre mercado e cada um pratica o preço que quer. Não é bem assim. Numa economia de livre mercado o comerciante pode, sim, praticar o preço que quiser, desde que não seja combinado com seus concorrentes, o que caracteriza cartel.
O problema da gasolina em Manaus é que os preços caem para todos e sobem para todos. O consumidor, numa economia de livre mercado decente, tem a opção de escolher entre o preço mais alto praticado em determinado estabelecimento porque ali encontra conforto, bom atendimento, entre outros itens de qualidade, e um estabelecimento que cobra mais barato porque não tem os serviços do concorrente. O problema é quando todos praticam os mesmos preços.
Um levantamento semanal feito pela ANP (Agência Nacional de Petróleo) mostra que há variação de preços nos postos de combustíveis de Manaus, mas é um ou outro posto que destoa da maioria. Parece mais uma armação para justificar a não prática de cartel. Combina-se com alguns postos para diferenciarem os preços para que a maioria venda pelo preço máximo. E como a diferença é mínima, não compensa ao motorista se deslocar a longa distância para abastecer o carro. No fim das contas, prevalece o preço máximo.
Mas não é justo que de uma semana para outra o consumidor, que pagava R$ 3,95 pelo litro da gasolina seja obrigado a pagar 18,73% a mais. Ainda mais quando o preço do fornecedor é menor. É balela das grandes dizer que os R$ 3,95 eram um preço promocional. Ninguém faz uma promoção dessas para perder dinheiro.
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Realmente, o consumidor é vítima de cartel de gasolina em Manaus, com preços combinados descaradamente, mas os órgãos de defesa do consumidor nada fazem em prol dos consumidores. Portanto, estamos à mercê da ganância dos proprietários de postos de combustíveis, sem ninguém para nos defender. Isso é uma injustiça!
Realmente, será que alguém é tão inocente para acreditar que eles perderam dinheiro durante a promoção? Palhaçada!