SÃO PAULO – Não resta nenhuma dúvida sobre estarmos vivendo o auge da geração Y, a geração digital, a geração que já nasceu com um smartphone na mão. Você não precisa ir muito longe para encontrar uma criança de 5 anos que sabe mexer em um aparelho celular, melhor que você, velho, caquético de 26 anos.
Uma menina me colocou em uma nuvem de pensamentos quando me indagou sobre eu ser popular ou não na internet. O que é ser pop? Por que ser pop? Pra quê? Qual é a motivação? O que ela estava querendo saber?
Acredito que todos nessa era saiba o que é “like” – exceto minha vó que chama de dedinho positivo- o like funciona como parâmetro, “a partir de 100 likes você é pop, menos que isso é só mais um”, segundo uma amiga “internetêzada”.
Até onde vai a ambição da geração Y por likes, por popularidade, visibilidade? Na minha época (mil novecentos e bolinhas) ser popular era participar do time principal do colégio, se destacar nos corredores, e ter um círculo de amigos bastante amplo. E lógico, eu não fazia parte desse círculo seleto de pessoas “populares”, sempre fui o patinho feio.
Os anos são outros, as crianças são adolescentes cada vez mais ambiciosas, que desejam MUITA coisa por QUALQUER coisa. Até onde essa bolha de vaidade é saudável? É saudável?
Em março de 2014 uma adolescente de 13 anos forjou o seu sequestro e postou na internet, deixando os pais e a família em pânico. Horas depois a polícia descobriu que não passava de uma “brincadeira”. Mas esse caso não é isolado, todos os dias eu encontro na TL meninas e meninos (crianças) se expondo ao ridículo por curtidas, por visibilidade, por visualizações.
Os pais fecham os olhos, a psicologia diz que não podemos interferir na geração digital, e a criança segue vivendo a margem de uma geração egoísta, vaidosa e incoerente.
São séries no lugar de livros de história, são jogos eletrônicos no lugar de escola, estudo. São redes sociais no lugar de educação familiar.
Vale mais mil likes em uma foto que um 10 na prova de matemática. Que geração é essa? Em que ela irá se tornar? Ninguém se importa!