O canal Sportv sentou o craque do São Paulo para ouvir as tradicionais abobrinhas que se vê e que se ouve, todos os dias, dos nossos ex-jogadores. O Kaká, sentadinho e alisando a vasta cabeleira, mandou o seguinte petardo para os enganadores do futebol brasileiro: “Eu sempre corri muito, mas quando fui jogar no futebol italiano e vi o Gatusso correr aquela barbaridade e dar carrinhos, cabecear nas duas áreas e chutar de fora da área com vigor, senti que estava quase parado e que deveria correr mais. E dobrei o meu treinamento”.
O Kaká é um craque diferenciado do nosso futebol e que deverá voltar, urgentemente, para a seleção e ditar um novo ritmo ao nosso jogo. A equipe do São Paulo, que aspira os primeiros lugares do Brasileirão, já demonstra um novo padrão de jogo para os telespectadores, acostumados a jogos sem velocidade e sem jogadas pelas pontas com a velocidade, que os centroavantes esperam para melhor finalizarem.
O resultado desse novo padrão é a recuperação de Ganso e Alexandre Pato, há poucos dias comentados por torcedores e jornalistas como perdidos para o futebol.
O novo futebol do São Paulo não é uma invenção do Muricy, apenas mais um mau humorado, mas do novo estilo imposto pelos três craques que voltaram a nos mostrar um futebol de toques, velocidade e dribles. O diferencial do futebol brasileiro não é, apenas, a velocidade, mas os variados dribles na velocidade. Os exemplos se multiplicaram com Ademir Queixada, Garrincha, Pelé, Dorval, Edu, Zagalo, quando era do Flamengo, Ronalducho, Ronaldinho, que driblou todo o time da Inglaterra com um jogo de corpo para a finalização do Rivaldo, Júlio ( Ury Geller) Cesar do Flamengo, Leivinha, Rivelino e tantos outros Pratinhas e Pepetas que sabiam mais que os cavernosos instrumentos de técnicos sem estudos.
Vamos torcer para que a lição dada pelo Gattuso ao Kaká, e para a aula de futebol que o nosso craque deu em dez minutos de entrevista ao SPORTV, sirva mais que a reconvocação do Dunga para fazer a mesma coisa dos anteriores.
Vamos e venhamos, o Oscar não serve para limpar as chuteiras do Kaká, assim como, o Ganso, não pode ficar vendo o Neymar jogar com o Robinho, sem querer que vejamos aquele ótimo futebol do Santos no tempo dos dois. É urgente voltarmos a um quadrado inteligente com Kaká, Neymar, Robinho e Alexandre Pato, todos recuperados.
Eu não acredito que o Kaká chegue na Copa de 2018, mas para um início mais correto de um novo padrão, é por ele que o nosso futebol deve passar. As contusões do Kaká sempre foram de alta gravidade e para quem joga no nível de exigência em que ele sempre jogou, passa a ser muito difícil a sua participação com trinta e quatro anos em uma Copa do Mundo. Só um atleta exemplar como o craque do São Paulo poderia conseguir esse feito.
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Roberto Caminha Filho, economista e nacionalino, voltou a ver o futebol brasileiro por causa do novo ritmo imposto por Kaká & Cia.