Da Redação
Dois dias após o final da rebelião do Compaj (Complexo Penitenciário Anísio Jobim), 121 presos continuam foragidos. De acordo com informações repassadas à imprensa na tarde de hoje pela força-tarefa formada pela SSP (Secretaria de Estado de Segurança Pública) e Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária), 63 presos foram recapturados até agora na mata próxima às unidades prisionais do Compaj e Ipat (Instituto Penal Antônio Trindade), na BR-174 (que liga Manaus a Boa Vista) e na área urbana de Manaus.
O diretor do CICC (Centro Integrado de Comando e Controle), Coronel Oliveira Filho, disse que informações incorretas estão circulando em redes socais sobre o número de foragidos e ocorrências policiais com o objetivo de aterrorizar a população. Oliveira Filho afirmou que os dados são falsos e que os verdadeiros são passados de forma oficial pelos órgãos de segurança do Governo do Estado. “Não há nada de anormal no número de ocorrências na cidade desde a rebelião. Nada que fuja ao controle do sistema de segurança pública”, afirmou o coronel.
Ele disse que órgãos de segurança estão atuando em conjunto para garantir a segurança na cidade e a força-tarefa intensificou a busca aos foragidos. O coronel disse que as capturas também estão sendo feitas com o apoio da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal. A força-tarefa informou que no dia da rebelião contou com o apoio do Exército na busca pelas matas.
O secretário executivo de administração penitenciária, major Jorge Rebelo, confirmou que, como estava desativada, a Cadeia Raimundo Vidal Pessoa teve que abrigar os presos em condições não ideais.
O secretário negou que eles estejam amontoados num só espaço. Disse que estão em locais separados. Confirmou, porém, que a Vidal passou a abrigar presos do regime fechado e do semiaberto.”Todo mundo sabe que a Vidal não tem condições. Estamos tentando ajustar e assim que possível vamos melhorar a situação deles (presos)”, disse.
Os representantes da força-tarefa não souberam responder aos jornalistas sobre os contratos com a empresa Umanizare Gestão Prisional e Serviços Ltda e porque os responsáveis pela empresa não participam das coletivas.Também se esquivaram das perguntas relacionadas às declarações do Ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, sobre a ineficiência do Governo do Amazonas para evitar uma fuga da qual tinha conhecimento prévio das tratativas.
A coletiva foi anunciado pela Semcom (Secretaria de Comunicação) do Estado do Amazonas para às 15h e só iniciou mais de uma hora depois. Quando os jornalistas começaram a fazer questionamentos sobre a Umanizare a entrevista foi encerrada sob a justificativa que os representantes da força-tarefa tinham “outras agendas”.
Isso é uma bagurança pública .