Da Redação
MANAUS – Os níveis de alfabetização dos estudantes amazonenses em 2016 são praticamente os mesmos que em 2014. O desempenho dos estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental matriculados nas escolas públicas permaneceu estatisticamente estagnado na avaliação durante esse período. Os dados são da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), do Ministério da Educação (MEC), divulgados nessa quarta-feira, 25.
“Os resultados mostram ainda que parte considerável dos estudantes, mesmo havendo passado por três anos de escolarização, apresentam níveis de proficiência insuficientes para a idade”, disse o secretário Nacional de Educação Básica do MEC, Rossieli Soares da Silva.
A terceira edição da ANA foi aplicada pelo Inep (Instituto Nacional de Pesquisas e Estatísticas) entre 14 e 25 de novembro de 2016. Do Amazonas, foram avaliados 67.030 estudantes, sendo 18.063 da rede estadual e 48.967 da rede municipal, de 1.073 escolas, sendo 255 estaduais e 818 municipais.
Em Leitura e Matemática, os resultados são divididos em quatro níveis: nível 1 – elementar; nível 2 – básico; nível 3 – adequado e nível 4 – desejável. Os níveis 1 e 2 são considerados insuficientes e o 3 e 4, suficientes. Já em Escrita, são cinco níveis. Os níveis 1, 2 e 3 são considerados insuficientes e o 4 e 5, suficientes.
Os resultados da ANA revelam que 66,5% dos estudantes do Amazonas avaliados obtiveram níveis considerados insuficientes em Leitura, com desempenho nos níveis 1 e 2. Em 2014, esse percentual era de 71%. A minoria dos estudantes está nos níveis desejáveis. Em 2016, 35% dos estudantes estão nos níveis 3 e 4. Em 2014, eram 30%.
Em 2016, os resultados demonstram que dentro da rede pública do Amazonas, a rede estadual obteve resultados próximos à média nacional e melhores do que a média da rede municipal e pública geral, de acordo com análises sobre o Nível 1 – considerado básico e indesejável.
Escrita – No nível 1, em Escrita, o percentual de alunos da rede estadual do Amazonas é de 13, 7%; do Brasil é de 14,5%, enquanto da rede municipal é de 26,7%. As duas redes juntas totalizaram 23,2%. “Quanto menor o percentual de estudantes nesse nível, melhor é o desempenho deles”, explica Rossieli.
Leitura – Também no nível 1, em Leitura, o percentual de alunos da rede estadual é de 19,2%; do Brasil é de 21,7%, enquanto da rede municipal é de 35,3%. As duas redes juntas totalizaram 31%.
Matemática – No nível 1, o percentual de alunos da rede estadual é de 20,8%; do Brasil é de 21%, enquanto da rede municipal é de 36%. As duas redes juntas totalizaram 32%.
Com a ANA, o MEC pretende combater os índices estagnados de alfabetização. O programa deve atender, a partir de 2018, 4,6 milhões de alunos com a presença de assistentes de alfabetização, que trabalharão em conjunto com os professores em sala de aula. A expectativa é contar com 200 mil turmas em todos os municípios brasileiros, entre os 1º e o 2º anos do ensino fundamental. “A formatação da Política Nacional de Alfabetização é uma resposta assertiva a este cenário crítico revelado pelos resultados da ANA”, disse Rossieli.
A avaliação
A ANA avalia o começo do aprendizado da norma ortográfica e o domínio progressivo da escrita. Para isso, são aplicadas três questões abertas: escrita de duas palavras de estruturas silábicas distintas e uma pequena produção textual. Ao se aplicar itens de produção escrita, busca-se avaliar, principalmente, a estrutura do texto, a capacidade de gerar o conteúdo textual de acordo com o gênero solicitado e de organizar esse conteúdo, estruturando os períodos e utilizando adequadamente os recursos coesivos (progressão do tempo, marcação do espaço e relações de causalidade).
ANA é um dos instrumentos do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) e avalia os níveis de alfabetização e letramento em Língua Portuguesa, a alfabetização em Matemática e as condições de oferta do Ciclo de Alfabetização das redes públicas. Passam pela avaliação todos os estudantes do 3º ano do Ensino Fundamental matriculados nas escolas públicas no ano da aplicação da avaliação.
Confira os dados da ANA sobre os índices de alfabetização.