No Natal rememoramos o nascimento de Jesus, o Filho de Deus. Jesus nasceu pobre e numa comunidade pobre, há mais de dois mil anos. Estava cercado de pastores e pessoas simples e de animais.
Na sua vida pública Jesus se voltou para defender as pessoas mais necessitadas, discriminadas e desprezadas da sociedade da época. Defendeu as mulheres, que não tinham direitos. Tinha preocupação com as crianças. Ajudava e curava as doenças do povo. Dava esperança e animava os seus discípulos a enfrentarem as dificuldades com coragem e fé em Deus.
Como profeta, Jesus denunciava as injustiças da época e as autoridades religiosas e políticas que exploravam o povo, principalmente, os mais pobres.
Jesus disse que veio para servir e não para ser servido. E esta deve ser a missão de cada cristão e cada cidadão. O serviço, a doação, a solidariedade, a indignação perante os sofrimentos das pessoas. Essa é a missão dos políticos. Servir e não se aproveitar do poder que têm.
O Natal é tempo de presentes. Não basta a solidariedade de um dia. Precisa ser algo que vem do coração, diário e que transforme a vida das pessoas.
O melhor presente que posso dar como político é continuar a luta por políticas públicas que melhorem o atendimento da saúde; a segurança nos bairros; a estrutura das escolas; oportunidades para os jovens; proteção às crianças; respeito às mulheres, idosos; aos povos indígenas e povo negro e; que garantam moradia digna a todos que não têm uma casa.
O ano de 2016 começou. Um novo ano, onde certamente todos nós queremos paz. Almejamos um ano que tenha menos violência e intolerâncias e mais vida, mais paz. No dia primeiro deste mês estive participando da Caminhada pela Paz, na Cidade Nova. Outras comunidades também estiveram com o povo nas ruas pedindo paz.
Mas não teremos paz, se não houver justiça. Justiça com os mais pobres. Não há paz com tantos jovens sendo assassinados e dependentes das drogas. Não há paz com tantas mortes no trânsito. Não há paz com agressões e violências contra crianças e idosos, às vezes, dentro das famílias. Não há paz com desemprego, com hospitais sem médicos e sem atendimento, e escolas abandonadas. A paz é fruto da justiça.
O Papa Francisco disse, na sua mensagem de Ano Novo e do Dia Mundial da Paz, que a “paz que Deus deseja semear no mundo deve ser cultivada por nós, deve ser conquistada”. E diz mais o Papa, “Isto comporta uma verdadeira luta, um combate espiritual, que tem lugar em nosso coração. Porque inimiga da paz não é somente a guerra, mas também a indiferença, que faz pensar somente em si mesma e cria barreiras, suspeitas, medos, fechamentos. Temos tantas informações, graças à Deus, mas às vezes somos tão bombardeados por notícias que ficamos distraídos da realidade, do irmão e da irmã que têm necessidade de nós. Comecemos a abrir o coração, despertando a atenção pelo próximo. Este é o caminho para a conquista da paz”.
Que neste ano sejamos sinal de esperança, de misericórdia e de perdão. Devemos acreditar na vida, lutar pela vida. Sempre pedindo a força de Deus, que não promete mudanças mágicas, mas acredita na nossa capacidade de lutar pela justiça e pela paz.
Que vivamos este ano com as bênçãos constantes do Livro de Números (6,24-26), proclamada nas celebrações do Dia Mundial da Paz: “O Senhor te abençoe e te guarde! O Senhor faça brilhar sobre ti a sua face e se compadeça de ti! O Senhor volte para ti o seu rosto e te dê a Paz!”.
Muita saúde, prosperidade, vida e paz, em 2016, para todos e todas.
José Ricardo Wendling é formado em Economia e em Direito. Pós-graduado em Gerência Financeira Empresarial e em Metodologia de Ensino Superior. Atuou como consultor econômico e professor universitário. Foi vereador de Manaus (2005 a 2010), deputado estadual (2011 a 2018) e deputado federal (2019 a 2022). Atualmente está concluindo mestrado em Estado, Governo e Políticas Públicas, pela escola Latina-Americana de Ciências Sociais.
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