Por Felipe Campinas, da Redação
MANAUS – Moradores do bairro Colônia Antônio Aleixo se reuniram na tarde desta quarta-feira, 10, nas proximidades de uma lixeira clandestina localizada em uma área particular na estrada que dá acesso ao bairro, para cobrar do poder público a fiscalização no local e o controle da fumaça que está prejudicando a saúde de crianças e idosos que moram naquela região.
De acordo com os moradores, a fumaça que está sendo liberada há oito dias é resultado da queima de resíduos de produtos vindo de empresas instaladas na zona leste de Manaus.
Um dos moradores, Francisco de Araújo Monteiro, 76, afirmou que o Corpo de Bombeiros foi acionado três vezes, mas não conseguiu apagar o fogo. Enquanto nenhum órgão toma providência, crianças e idosos têm que ir ao SPA por conta de problemas respiratórios.
“Nós já procuramos todos os órgãos porque isso está afetando nossas crianças. A gente quer que as autoridades competentes venham resolver esse problema. O Corpo de Bombeiros já veio aqui e disse que só vai apagar com três semanas. E a gente fica com esse problema, inalando essa fumaça”, disse o morador.
Segundo os moradores, pela manhã a fumaça se intensifica e aumenta o risco de acidentes na estrada que dá aceso ao bairro. “Já houve acidente, já houve tudo. Um mototaxista deslizou e caiu porque não conseguiu enxergar um buraco que havia na pista, porque fica complicado de trafegar aqui quando a fumaça está muito forte”, disse outro morador.
O professor Helio Santos disse que a fumaça também interrompe as aulas devido ao forte odor que chega até as salas de aula das escolas localizadas naquela região. Ele pede que a Semmas (Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade) tome providência com urgência. “Existe um estatuto que deve ser preservado. Quem deve cuidar disso é o poder público, a Secretaria do Meio Ambiente. Essa hora a secretaria tem que procurar o proprietário particular multar ele e encontrar uma solução”
Procurada pela reportagem, a Semmas informou que a responsabilidade em conter as chamas e fazer o resfriamento de locais de grandes focos de queimada é do Corpo de Bombeiros e que a área em que está localizada a lixeira é uma área particular que foi invadida.
Ainda conforme a secretaria, o proprietário já entrou com ação de reintegração de posse e houve cumprimento, mas os invasores retornaram ao local. O órgão também informou que atende todas as denúncias que apontam a autoria da queima. “Exemplo: um terreno pegou fogo porque o dono mandou queimar pra agilizar a limpeza. Sabendo disso, qualquer pessoa pode ligar para a Semmas (0800-092-2000 no horário comercial) e denunciar o responsável”, diz a nota.
Assista a entrevista com os moradores: