SÃO PAULO – O ministro da Defesa, Raul Jungmann afirmou aquilo que qualquer militar consciente afirmaria sem titubear caso você perguntasse a ele sobre uma possível intervenção militar, “não tem espaço para uma intervenção militar”. O ministro participou da solenidade que marcou o fim das operações do Brasil na Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), depois de 13 anos de atuação. Na ocasião, Jungmann disse que não existe qualquer possibilidade de intervenção militar no Brasil, por conta da crise política, conforme pregam alguns setores da sociedade e até militares da ativa. Segundo o ministro, as Forças Armadas estão em paz dentro dos quartéis. Depois do evento, ele conversou com os jornalistas e afirmou que não há espaço para qualquer participação militar no país fora do que é determinado pela Constituição. As afirmações do ministro contrariam correntes políticas que pedem a volta do regime militar, caso a sociedade civil não resolva os impasses políticos e jurídicos. “Existe paz e tranquilidade dentro dos quartéis e nas Forças Armadas. Resumo o que as Forças Armadas entendem para o momento da seguinte maneira: dentro da Constituição, tudo, fora da Constituição, absolutamente nada”, respondeu o ministro, que questionou a validade de uma intervenção para o país. Ele destacou também que o Brasil vive um momento bom, punindo os corruptos. De acordo com o ministro, o país desta fase fortalecido. Encerrou dizendo que a situação atual é de democracia. “Não existe nenhum tipo de possibilidade de qualquer intervenção militar, porque vivemos uma situação democrática e é isso que vai continuar sendo, com o apoio das nossas Forças Armadas”. Notícia ruim para os mais conservadores que conseguem ver a solução de todos os problemas da nação em uma intervenção militar onde os próprios militares têm o mínimo interesse que aconteça. Ganha aqueles que entendem o quanto a liberdade é importante e o quanto custou caro conquistá-la. Que a única história que volte a acontecer seja aquela onde a democracia seja praticada, o resto a gente dispensa.