Das cinco pastas e órgãos com status de secretaria extintos na proposta de reforma administrativa do governador José Melo (Pros), três eram dirigidas pelo PT, que abandonou a gestão estadual para se aliar ao candidato do PMDB ao governo do Estado, Eduardo Braga, no ano passado, e uma pelo PMDB. Antes da campanha eleitoral, a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sect), apesar de não ser da cota do PT, era administrada por um petista (Odenildo Sena), que deixou a pasta para participar da elaboração do Programa de Governo de Braga nas eleições 2014. A Secretaria de Mineração, Geodiversidade e Recursos Hídricos (SEMGRH), de Daniel Nava, era a pasta que o deputado Sinésio Campos (PT), que deixou a liderança do governo para apoiar Braga, chamava de sua. O Instituto de Terras do Amazonas (Iteam) era dirigido por Wagner Santana, filho do presidente estadual do PT, Valdemir Santana. Wagner deixou o cargo para concorrer a deputado estadual pelo PT na coligação com o PMDB. E a Agência de Desenvolvimento Sustentável (ADS) era a pasta de Valdelino Cavalcante filiado ao PMDB, e que também deixou o governo para trabalhar na campanha de Eduardo Braga.
Família, família
O irmão do governador José Melo, Evandro Melo, que atuou como o principal coordenador da campanha à reeleição, ainda não tem pasta definida, mas deve ocupar uma função estratégica. Mesmo sem pasta, ele “manda” nos secretários e comandou a formatação da proposta de reforma administrativa. Na coletiva desta quarta-feira, ele foi o único, além de Melo, que usou o microfone para explicar pontos das mudanças que serão implementadas;
Eternamente Robério
Primeiro a sentar à mesa que tinha ao centro o governador, atual secretário de Cultura, Robério Braga, parecia querer dar um recado aos presentes, do tipo “digam que eu fico”. Depois da coletiva, indagado se Robério permaneceria no cargo, José Melo, respondeu, bem humorado: “O Robério está aqui, olhem!”. E arrancou um sorrisão do eterno secretário da SEC.
Nome certo 1
Outro nome certo no governo é o da atual subsecretária de Ação Social, Graça Prola. Ela vai assumir a secretaria que o governador chamou de “A secretaria das minorias”, que será formada com a junção da secretária de Justiça e Direitos Humanos, de Mulheres e de Políticas Publicas junto aos Movimentos Sociais.
Nome certo 2
O deputado Sidney Leite (Pros) é outro que está confirmado na Secretaria de Produção Rural, que será turbinada com a adesão da Agência de Desenvolvimento Sustentável à pasta. No entanto, o que se diz nos corredores da Sepror é que tanto uma quanto a outra enfrentam muitos problemas, principalmente a falta de dinheiro.
O marqueteiro
Chamado pelos mais empolgado de “O mago do marketing político’, Egberto Batista estava presenta à entrevista coletiva em que Melo apresentou a reforma administrativa. Ele foi o responsável pela estratégia de campanha de Melo e, dizem, anda mandado um bocado na administração do Pros/PSD.
Infraestrutura
A Secretaria de Infraestrutura (Seinfra) perderá terreno para a Secretaria da Região Metropolitana de Manaus na reforma de Melo. Ele ficará responsável apenas pelas obras do interior do Estado, que não são poucas: 402, segundo o governador. A SRMM ficará com as obras da capital e dos municípios do entorno, que são as mais caras.
Comitê estratégico
Evandro Melo também anunciou a criação de um Comitê Estratégico de Acompanhamento para atuar como uma espécie de fiscal das mudanças a serem operadas. Nas palavras de Melo, o comitê vai “pilotar as ações e acompanhar as metas a serem atingidas pelas secretarias”. Na Prefeitura de Manaus, foi criado um Conselho Municipal de Gestão Estratégica que, ate agora, não disse a que veio. Só gera despesas ao erário.