Da Redação
MANAUS – O governador do Amazonas, José Melo (PROS), se isentou de responsabilidade no aumento do valor da passagem de ônibus em Manaus, que passará de R$ 3,30 para R$ 3,80 a partir de sábado, 25. Melo empurrou o ônus político da medida para o Prefeito Arthur Neto (PSDB). “Não entendo porque querem transferir para mim uma responsabilidade que não é minha. As minhas responsabilidades, eu as assumo todas. Esse assunto já passou. O prefeito já assumiu, finalmente: ‘sou eu quem tá fazendo’, disse. Claro que é ele, porque afinal de contas ele é o prefeito de Manaus, declarou Melo, em solenidade de inauguração do Centro Cultural Thiago de Mello, na zona leste de Manaus, na manhã desta quarta-feira, 22.
Com a ‘indisposição’ política com o prefeito, que ocorreu durante a campanha eleitoral do ano passado com o rompimento de relações partidárias, Melo retirou o subsídio do Estado às empresas de ônibus de Manaus. “A responsabilidade é única e exclusivamente do prefeito de Manaus, que demorou muito para tomar suas decisões. Na campanha política ele disse, peremptoriamente, em cima de um palanque, que ‘quem manda sou eu, a passagem não aumentará’ e com esse discurso ganhou a eleição. Foi embora e, mandou o Marcos Rotta (vice-prefeito) anunciar o aumento da passagem. Agora, aumenta ele mesmo, mais uma vez, a tarifa. Então, o povo da cidade Manaus está duplamente penalizado”, disse o governador.
Melo afirmou que não tem relação com o transporte público de passageiros na capital. “O meu governo não tem responsabilidade sobre transporte coletivo”, disse. E voltou a atacar verbalmente o prefeito Arthur Neto (PSDB). “Eu garanto a vocês que do mesmo jeito que tive a coragem, há dois anos, de reduzir o tamanho do Estado e me desgastei até o último momento, mas consegui chegar como um dos Estados mais equilibrados do Brasil, sem atrasar nada, eu teria tido a coragem, lá atrás, de tomar as decisões necessárias para que o transporte coletivo tivesse ônibus novos e não esses cacarecos que estão ai. E também um equilíbrio para garantir um lucro razoável e pequeno para os donos de ônibus, mas com um valor que a população pudesse pagar. Eu teria coragem de abrir a tal da planilha, que parece mais orelha de freira”, comparou o governador.
José Melo reafirmou que havia apenas um acordo de cavalheiros para pagar subsídio. “Havia um compromisso. Se a passagem permanecesse R$ 3, eu manteria os subsídios. E não era só meu. Era repartido entre Assembleia Legislativa, Tribunal de Contas, Tribunal de Justiça e com Ministério Público. Todos nós estávamos renunciando porque havia uma causa melhor, que era beneficiar a população de Manaus. A partir do momento em que aumentou a tarifa, eu não tenho porque mais sacrificar a saúde, a educação e a segurança e nem sacrificar os outros órgãos”, disse Melo.