Por Rosiene Carvalho, Da Redação
MANAUS – O governador José Melo (Pros) disparou na tarde desta quarta-feira, 11, duas notas por meio da Semcom (Secretaria de Comunicação) como respostas a críticas recebidas dos senadores Eduardo Braga (PMDB) e Vanessa Grazziotin (PCdoB) em relação à crise no sistema penitenciário do Amazonas, que teve repercussão internacional. Braga e Vanessa deixaram de ser aliados de José Melo quando o governador, em 2014, disputou a reeleição com o apoio do senador Omar Aziz (PSD), num ato de racha do grupo político.
Na nota em resposta a Eduardo Braga, Melo chama o adversário de “irresponsável”, mentiroso e de assumir uma conduta desqualificada de oposição ao Governo do Amazonas. Na nota, José Melo destacou os principais problemas na gestão Eduardo Braga – quando o atual governador era secretário de Governo – no sistema penitenciário: “É de conhecimento da população e da imprensa que entre os anos de 2003 e 2010, período do governo de Eduardo Braga, foram cerca de sete grandes rebeliões nas unidades prisionais do Amazonas”.
Também destacou a rebelião de 2007, no Ipat (Instituto Penal Antônio Trindade), inaugurado a menos de um ano como presídio de segurança máxima e a rebelião de 2003 na UPP (Unidade Prisional do Puraquequara), que terminou com a morte de 13 pessoas.
Melo diz que a insistência de Eduardo Braga de ligar o nome dele a facções criminosas é uma tentativa desesperada de desviar a atenção das ligações do senador com a Operação Lava Jato que, para o governador, tem “indícios claros da ligação de Braga em desvio de dinheiro público e recebimento de propina”.
Na mesma nota, Melo destaca como grandes feitos de sua gestão na área de Segurança Pública a detenção de 18 mil suspeitos de práticas criminosas e também no crescimento das apreensões de drogas. “Em apenas dois anos de gestão, através de operações das forças de Segurança Pública do Amazonas, foram apreendidas mais de 20 toneladas de entorpecentes – os números são os maiores na história de combate ao narcotráfico e superam todos os governos anteriores, incluindo os de Eduardo Braga”, disse.
Grazziontin
Na carta-aberta direcionada à Vanessa Grazziotin em resposta a artigo assinado por ela no jornal Folha de São Paulo intitulado “Pavoroso, sim! Acidente, não!”, José Melo cobra fatura da senadora por apoio político que ajudou a elegê-la em 2010. “Ainda está na sua memória o quanto era difícil elegê-la?”, questiona o governador.
O governador questiona a doação que Vanessa recebeu nas Eleições de 2012, noticiada na imprensa, de empresa ligada a Umanizzare que gerencia os presídios que foram palco do massacre de presos no Amazonas. José Melo indica que Vanessa desconhece os problemas do sistema prisional no País indicando que a falta de combate do tráfico de drogas nas fronteiras como a principal causa dos distúrbios. O governador diz ainda que desconhece qualquer ação de Vanessa neste sentido.
“Quer ajudar, senadora? Deixe de ser oportunista e fazer ‘ficela’. Abrace a tese de impedir a entrada de drogas e armas no Brasil. O seu mandato de senadora lhe dá muito poder; use-o pelo bem do País e pela proteção das famílias e da juventude”, disse.
O mais votado nos presídios
Na carta aberta à senadora, José Melo fala também dos boatos que é alvo desde a campanha por ligações com facções do presídio e nega as acusações indicando que o senador Eduardo Braga foi o mais votado nas prisões do Amazonas. “Nunca fui envolvido com o tráfico de drogas (…) Na campanha, perdi feio para o seu aliado político, Eduardo Braga, nas votações dos presídios”, disse.
Melo admite que um subsecretário de seu Governo, no período eleitoral foi ao presídio conversar com detentos. Mas, segundo a nota, foi para evitar um possível motim que havia tido conhecimento. Na nota, o governador diz que o “ele” que aparece na gravação não se refere ao governador e sim ao então secretário de Justiça e administração penitenciária.
Leia a íntegra das respostas do governador
Resposta do governador José Melo sobre as acusações do senador Eduardo Braga
O governador José Melo repudia e rechaça a conduta irresponsável do senador Eduardo Braga que constantemente tenta relacionar a imagem do atual Governador do Estado do Amazonas em denúncias caluniosas, objetos de sua fértil e maquiavélica imaginação. As últimas declarações feitas pelo senador não possuem qualquer lastro de verdade e refletem a postura política de quem aposta na adoção de uma linha de oposição desqualificada contra o governo, baseada simplesmente na proliferação de boatos, em afirmações mentirosas que intentam não apenas prejudicar ao governador, mas a todo o Amazonas.
Ao fazer uma análise da situação do sistema prisional do Amazonas, constata-se que tais problemas não são fatos ocorridos somente na atual gestão estadual, isto é fato. É de conhecimento da população e da imprensa, que entre os anos de 2003 e 2010, período do governo de Eduardo Braga foram cerca de sete grandes rebeliões nas unidades prisionais do Amazonas. Dentre esses registros, podem ser destacados os lamentáveis episódios ocorridos em 2007, no Instituto Penal Antonio Trindade (IPAT) que, em menos de um ano de inauguração, teve quatro fugas e uma rebelião. O IPAT foi Inaugurado em maio de 2006, e classificado, na época, como presídio de segurança máxima.
Ainda no período de atuação da gestão do então governador Eduardo Braga, em 2003, a Unidade Prisional do Puraquequara (UPP) foi alvo de uma das maiores chacinas do Estado. Nesse ano, a rebelião na UPP teve 13 presos mortos. O então governador chegou a decretar situação de emergência e estado de calamidade no sistema prisional.
A insistência do senador Eduardo Braga nesse tema e a forma irresponsável com que vem tentado ligar o nome do governador a grupos criminosos, faz pensar que existe sim, uma tentativa desesperada com intuito de desviar a atenção da opinião pública para o envolvimento do próprio senador na Operação Lava Jato, fato amplamente divulgado pela imprensa local e nacional, que aponta indícios claros da ligação de Braga em desvio de dinheiro público e recebimento de propina.
Apesar da crise na economia, que causou perdas em todo o país, o Governo do Estado realizou expressivos investimentos no sistema de segurança pública que permitiram alcançar resultados importantes no combate à criminalidade. Isso está expresso na desarticulação de quadrilhas, detenção de mais de 18 mil suspeitos de práticas criminosas e também no crescimento das apreensões de drogas. Em apenas dois anos de gestão, através de operações das forças de Segurança Pública do Amazonas, foram apreendidas mais de 20 toneladas de entorpecentes - os números são os maiores na história de combate ao narcotráfico e superam todos os governos anteriores, incluindo os de Eduardo Braga.
Clique aqui para ler a resposta à senadora Vanessa