Por Maria Derzi, da Redação
MANAUS – Ao cumprir agenda eleitoral em Manaus, onde participou de encontros de apoio ao candidato da Rede Sustentabilidade à Prefeitura de Manaus, deputado estadual Luiz Castro, a ex-senadora e porta-voz nacional da sigla Marina Silva evitou falar sobre apoios nas eleições passadas, quando apoiou candidatos ao Governo do Amazonas que não eram da Rede. “Eu estou fazendo a campanha do Luiz (Castro) e tomara que ele continue crescendo 300% por semana, porque assim a gente vai pro segundo mesmo”, disse Marina, referindo-se a índice aleatório de pesquisas.
Em entrevista nas dependências do Banco do Brasil, que está em greve, Marina também evitou falar sobre apoio em um eventual segundo turno sem o candidato da Rede. “Segundo turno a gente discute no segundo turno. Nós temos um candidato e não trabalhamos com hipóteses. Em 2010 e em 2014 vocês me faziam essa pergunta e a resposta era a mesma”, disse.
O apoio a Luiz Castro será com aparições em eventos eleitorais do candidato, nesta quinta-feira, 22. Marina discursará para a militância e participa de reunião interna do partido. A ex-senadora, que prefere o cargo de porta-voz do que de presidente da Rede, falou da operação Lava Jato e prisão de militantes do PT, seu ex-partido. “A Lava Jato está fazendo a política na prática, tornando a política desinteressante para quem quer fazer negócios escusos. E se aprovarem as dez medidas contra a corrupção, a Lava Jato vai fazer muita gente que quer fazer negociação espúria, ficar com medo de colocar a mão na cumbuca”, declarou.
Sobre o ex-presidente Lula se tornar réu na Lava Jato, a ex-senadora defendeu que é preciso ter provas. “Ninguém está acima da Lei, nem o Lula, nem eu, nem o Aécio, nem Fernando Henrique, nem o Eike Batista. Temos que confiar no trabalho da justiça. Não se deve, nesse momento, nem condenar e nem absolver, a priori, quem quer que seja”, disse. “Ainda bem que a justiça está fazendo sua parte, porque a não sei como esse país se sustentaria se continuasse acontecendo tudo o que estava acontecendo, na Petrobrás, nos fundos de pensão e, agora, recentemente, aos problemas ligados ao BNDES”, declarou.
Por duas vezes, Marina Silva fez referência à operação Maus Caminhos, que investiga roubo do dinheiro destinado a serviços de saúde pública no Amazonas. “A Polícia Federal está fazendo o seu trabalho, dentro do seu processo normal de investigação. A Rede não tem a pretensão de instrumentalizar o trabalho da PF, porque é um trabalho autônomo e independente. É lamentável essa situação, em que as pessoas precisam do atendimento médico e outros estão roubando dinheiro da vida das pessoas”, comentou. “Dinheiro que poderia salvar vidas e evitar que tantas pessoas fiquem meses esperando para fazer um exame, uma consulta. Que bom que isso está sendo investigado. Sei que o processo de investigação está no início, quem for inocente deve ser inocentado. Quem for culpado deve, obviamente, ser condenado”, disse Marina.