MANAUS – O prefeito de Manaus, Arthur Virgílio Neto (PSDB) fez uma crítica ácida ao governador Amazonino Mendes (PDT), nesta quarta-feira, 1°, ao comparar o desempenho de Manaus ao de outras capitais e Estados brasileiros na gestão financeira. “Não é bonito bancar o engraçadinho e gastar dinheiro para depois ficar encalacrado com a Lei de Responsabilidade Fiscal, como o que está acontecendo com o governo estadual”, afirmou. “O fato é que Manaus agradece quando recebe ajuda, mas está livre do cheque especial. Manaus vive independente e não precisa de ninguém para investir R$ 320 milhões em obras neste verão, sem prejudicar os demais projetos em outras pastas”, acrescentou.
Arthur fez as afirmações durante entrevista aos veículos de comunicação no lançamento do que chamou de “Pacote de Modernidade” da Prefeitura de Manaus, uma série de medidas que serão oferecidas a servidores e contribuintes para melhorar a eficiência da gestão. De acordo com o prefeito, a administração pública deve ter critérios e metas tão rígidas, ou até mais, quanto as praticadas na iniciativa privada.
“É preciso gerir com responsabilidade, sabendo onde se quer chegar, sem gerúndios e com ações claras e que deem resultados palpáveis. É assim na iniciativa privada, é preciso fazer prosperar. E acredito que Manaus prosperou muito. Não resolvemos tudo, mais fazemos tudo que está ao nosso alcance para torná-la uma cidade respeitada, competitiva e que possa colher bons resultados para o seu povo”, afirmou prefeito.
Mais críticas
O prefeito de Manaus disse também que é preciso fazer com que a população entenda, desde cedo, os impactos que uma administração irresponsável pode ter no dia a dia da sociedade. “Isso é muito feio. E já pedi para a secretária Kátia, da educação municipal, para que coloque uma cadeirinha na sala de aula para ensinarmos as crianças como é bacana ter controle de suas contas pessoais e das contas públicas, caso um dia cheguem a ser gestores”, ironizou.
Em tom desabafo, Arthur Neto considerou injusto o tratamento dado pelo Governo Federal aos gestores que não cumprem com suas obrigações fiscais. “Gastar é um vendaval e sempre quando quebram correm para a viúva, nesse caso o Tesouro Nacional. É por isso que o Brasil está nessa situação tétrica. Sinto-me muito injustiçado quando há socorro para quem não se portou bem o governo inteiro e não há prêmio para quem se portou bem, como é o meu caso em Manaus”, disse.
‘Pacote de Modernidade’
Entre as principais novidades do “Pacote de Modernidade” está a possibilidade de, pela primeira vez, os fornecedores da prefeitura poderem solicitar e acompanhar qualquer processo de pagamento por meio do Sistema Municipal de Pagamento ao Fornecedor (Simpaf), uma plataforma totalmente online.
Outra medida é a ampliação do Sistema Integrado de Gestão Eletrônica de Documentos (Siged), que passará a ser implantado em todas as secretarias, agregando também confiabilidade às informações na utilização de uma única base de dados. O pacote também reúne um novo sistema de geocolaboração e um sistema para monitoramento de metas para gestores.